Assim que for concluído o julgamento no STF, a intenção de Cunha é dar um prazo de 24 horas para que os partidos indiquem os nomes que comporão o grupo. Se a Corte alterar o rito e permitir a chapa avulsa, por exemplo, será necessário apenas receber os nomes governistas que complementarão a parte da comissão eleita em dezembro. Caso a eleição da comissão seja na sexta-feira, 18, é possível que ela seja instalada no mesmo dia, quando haverá a escolha do presidente e do relator. "E pode ter disputa", ressaltou.
Contando o prazo de 10 sessões para a apresentação da defesa do governo e cinco sessões para o andamento dos trabalhos da comissão, o peemedebista voltou a dizer que é plausível o prazo de 45 dias para o trâmite do processo de impeachment. "Da minha parte, a disposição é de tocar com a celeridade que tem que ser tocada depois que o Supremo decidir", completou.
Cunha explicou que ainda não decidiu se fará sessões às segundas e sextas-feiras para apressar os trabalhos. No entanto, na próxima segunda-feira, 21, haverá sessão em virtude da semana santa, que é mais curta para os parlamentares.
Manifestações
Sobre as manifestações desse domingo, 13, Cunha preferiu não se aprofundar nos comentários, disse apenas que os protestos tiveram caráter democrático "bastante substancial e relevante" e que o resultado das ruas pode acelerar o posicionamento de vários deputados sobre o impeachment.
Questionando sobre cartazes que pediam sua saída da presidência da Casa, o peemedebista afirmou que não viu. "Não vi fora Cunha não. Pode até ter tido, é normal. Pode ter tudo, mas isso não quer dizer que era o objetivo. O objetivo ali era muito claro para todos: foi um protesto contra o governo. Só não viu quem não quis", rebateu.
Em relação à pauta da semana na Casa, ele lembrou que, se não houver acordo nesta segunda, 14, com os governadores sobre o indexador da dívida de Estados e municípios, o projeto irá ao plenário nestas terça, 15. Na quarta-feira, 16, não deve haver sessão à tarde para que os parlamentares acompanhem a sessão do STF.
Cunha voltou a defender o afastamento do PMDB do governo e disse estar seguro de que o "aviso prévio" de 30 dias para o rompimento é majoritário no partido.
Parlamentarismo
O peemedebista se disse favorável ao parlamentarismo como sistema de governo, mas defendeu que a discussão se dê no futuro, para não passar a ideia de golpe no atual mandato.
"Para resolver essa crise, eu acho que vai relembrar o passado quando tentaram fazer isso e que não deu certo. Vai parecer que é golpe, uma prerrogativa para a gente colocar um outro sistema de governo no meio do jogo, então eu preferiria a discussão disso para o futuro", afirmou..