São Paulo - Líderes da oposição avaliam que as hostilidades registradas na primeira participação dos dois principais presidenciáveis do PSDB em manifestações pelo impeachment na Avenida Paulista foram ocasionadas por uma sequência de "trapalhadas" que acabaram ofuscando o apoio que eles receberam de grupos pressentes ao ato do domingo passado (13).
Um grupo defendia que ele fosse com a família (e sem um séquito de políticos ao redor) e outro que ele não fosse ao evento. Ambos acabaram sendo surpreendidos pela decisão do tucano de embarcar com Aécio em uma van junto com uma comitiva de cerca de 15 políticos que o visitou para uma café antes do protesto.
Para reforçar que estava participando como um "cidadão", Alckmin optou por não usar batedores para abrir caminho. Resultado: o grupo ficou preso no trânsito, por volta das 15h, e um clima de tensão se instalou.
Abriu-se então um debate sobre o que fazer, pois a manifestação já estava no auge. Por sugestão do deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP), a comitiva optou por abrir mão de ir até o hotel Maksoud Plaza, onde havia um encontro marcado com outros parlamentares e correligionários, e ir direto para o Masp, onde estava o caminhão do Movimento Brasil Livre (MBL).
"O principal erro foi esse. No hotel, havia umas 200 pessoas nossas esperando. Além disso, o motorista da van não sabia o caminho", conta o deputado Paulinho da Força (SP), presidente do Solidariedade, que estava no veículo. Sem o "suporte" dos aliados, segundo Paulinho, Aécio e Alckmin ficaram "vulneráveis" diante do público assim que desembarcaram.
De fato, as primeiras hostilidades ocorreram logo na saída da van. Até a chegada ao espaço em torno do caminhão do MBL, o senador Aécio Neves ainda não havia decidido se falaria ao microfone. Já a Alckmin avisou previamente que não faria discurso. "É difícil prever o que teria ocorrido se eles falassem, mas acho que seriam aplaudidos", diz o deputado Mendonça Filho (DEM-PE).