Entre 2008 e 2012, US$ 42 milhões foram movimentados por três empresas offshore com ligações com a Odebrecht na Suíça. Os nomes das empresas não foram revelados. Entre 2012 e julho de 2014, o volume movimentado chegou a "pelo menos" US$ 96 milhões. Os documentos são 21 de janeiro de 2015.
No documento, os suíços apontam suspeitas de que Odebrecht foi favorecida por "contratos superfaturados". Segundo o texto, ex-diretores da Petrobras indicaram que "aceitaram da empresa de construção brasileira Odebrecht propinas para garantir projetos superfaturados". "Como essas propinas eram lidadas ainda é algo que não está claro", diz o documento suíço.
Uma das empresas offshore recebeu entre dezembro de 2008 e julho de 2010 "pelo menos US$ 42 milhões". Desse total, uma parte "beneficiou ex-diretores" da Petrobras.
No dia 26 de março de 2010, US$ 565 mil foram transferidos para um "ex-diretor da Petrobras". Seu nome também não foi revelado no documento. No total, três ex-diretores da estatal receberem US$ 8 milhões entre 2007 e 2010. Em 2011, outros dois repasses, de US$ 1,9 milhão e US$ 3,6 milhões, foram identificados.
Novos destinos
A partir de 2012, o volume de dinheiro ganhou uma nova dimensão. Segundo os investigadores, "entre agosto de 2013 e junho de 2014 pelo menos US$ 96 milhões" foram movimentados em uma das offshores na Suíça suspeitas de estar ligada à Odebrecht. O documento cita "numerosos pagamentos para ex-diretores da Petrobras".
O foco dos investigadores de Berna é o destino do restante do dinheiro. No texto, os suíços reforçam que a empresa está sob investigação por "pagamento de propinas para influenciar políticos e executivos para alocar projetos em seu benefício".
As investigações sobre a Odebrecht serão um dos temas do encontro entre o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, e seu homólogo no país europeu, o procurador Michael Lauber, nesta quinta-feira.
O MP suíço concluiu a revisão da cooperação com o Brasil no caso da Odebrecht no dia 29 de fevereiro e chegou à conclusão de que os documentos deveriam ser transferidos à Justiça no Brasil. A empresa brasileira, porém, ainda pode entrar com recurso na Corte de Apelação da Suíça. .