"A eventual presença dele no governo não se refere a nenhum tipo de blindagem criminal, até porque não existe anistia para ministro", afirmou.
Cardozo rechaçou especulações de que, ao nomear Lula, a presidente Dilma perderá autonomia, passando o comando do governo ao padrinho político. "A presidente foi eleita e ela dirige o País. Ele será um ministro com o respeito que temos por um grande líder", disse.
O ministro afirmou que, assumindo um ministério, o ex-presidente "somará forças" para, entre outras coisas, barrar a abertura do processo de impeachment no Congresso contra Dilma. Ele alegou que o petista não tem, contudo, a missão de evitar o processo é contribuirá para o "fim da crise".
Criticado pela ala do PT ligada ao ex-presidente por não controlar as investigações da Lava Jato, Cardozo disse que já tinha comentado com Lula há cerca de quatro meses que seria importante sua presença no governo.
Lula irá nesta terça-feira, 15, a Brasília, para um encontro com a presidente Dilma e, possivelmente, assumirá a chefia da Secretaria Geral de Governo, no lugar de Ricardo Berzoini. Ele passou a considerar a função após o avanço de investigações a seu respeito. Nas últimas semanas, a Lava Jato fez buscas em seus endereços e o levou a prestar depoimento em condução coercitiva.
Cardozo afirmou ainda que não vê a possibilidade de o processo de impeachment da presidente Dilma ser aditado, com a inclusão de novas denúncias, entre elas a delação do senador Delcídio Amaral (PT-MS). "A admissibilidade do processo foi feita a partir do pedido original", justificou.
Ele reiterou que os depoimentos de delação não servem de prova e, se forem usados para a deposição da presidente, também devem embasar pedidos de cassação de outros políticos citados, alguns de oposição. "Então vai se pedir o aditamento da denúncia e a cassação do senador Aécio Neves?", questionou..