No anexo 2 do acordo de delação, intitulado “Pagamento à família Cerveró”, o senador Delcídio do Amaral relata que o ex-diretor da Petrobras, Nestor Cerveró, teria pedido ajuda para pagar os honorários advocatícios. Apesar da proximidade dos dois, Delcídio não tinha condição de ajudá-lo devido às dívidas da campanha eleitoral de 2014.
O senador percebeu possibilidade de ajudar Cerveró quando, segundo ele, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva teria pedido a Delcídio para ajudar o empresário José Carlos Bumlai, que, supostamente, teria sido citado nas delações de Fernando Soares e de Nestor Cerveró. “No caso, Delcídio intermediaria o pagamento de valores à família de Cerveró com recursos fornecidos por Bumlai”, diz trecho do acordo de delação.
O senador concordou em intermediar a operação. Ele teria recebido, em 22 de maio de 2015, R$ 50 mil de Maurício Bumlai, filho de José Carlos, e repassado a quantia ao advogado Edson Ribeiro, contratado por Nestor Cerveró. A delação traz como prova a agenda eletrônica do senador com a marcação de um encontro com Bumlai na churrascaria Rodeio no Shopping Iguatemi, em Brasília.
Em outras vezes, o assessor do senador Diogo Ferreira teria feito entregas à família de Cerveró. Ao todo, o valor repassado teria sido de R$ 250 mil.