O senador petista Delcídio do Amaral afirma ter sido intermediário do repasse de R$ 250 mil da família Bumlai para o ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva teria incumbido o senador de ajudar o empresário José Carlos Bumlai, supostamente citado na delação de Cerveró e de Fernando Soares. As acusações constam em trecho da delação premiada homologada pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
O senador percebeu possibilidade de ajudar Cerveró quando, segundo ele, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva teria pedido a Delcídio para ajudar o empresário José Carlos Bumlai, que, supostamente, teria sido citado nas delações de Fernando Soares e de Nestor Cerveró. “No caso, Delcídio intermediaria o pagamento de valores à família de Cerveró com recursos fornecidos por Bumlai”, diz trecho do acordo de delação.
O senador concordou em intermediar a operação. Ele teria recebido, em 22 de maio de 2015, R$ 50 mil de Maurício Bumlai, filho de José Carlos, e repassado a quantia ao advogado Edson Ribeiro, contratado por Nestor Cerveró. A delação traz como prova a agenda eletrônica do senador com a marcação de um encontro com Bumlai na churrascaria Rodeio no Shopping Iguatemi, em Brasília.
Em outras vezes, o assessor do senador Diogo Ferreira teria feito entregas à família de Cerveró. Ao todo, o valor repassado teria sido de R$ 250 mil. “O próprio Bernardo recebeu em espécie do Diogo”, diz trecho da delação.