De acordo com Delcídio, o então tesoureiro de campanha de Dilma e ex-secretário de Saúde da Prefeitura de São Paulo, José Filippi Júnior, orientava os empresários a fazerem contratos de serviços com as empresas de Assad, que repassava os recursos para o Partido dos Trabalhadores. "Esse expediente foi largamente utilizado", afirmou o delator.
Segundo o senador petista, a CPI dos Bingos teve um encerramento prematuro e sem relatório final porque o governo teria percebido que as várias quebras de sigilo no esquema levariam à campanha eleitoral de Dilma. Por isso, teria determinado o fim imediato dos trabalhos.
Para Delcídio, o objetivo da CPI era desestabilizar o ex-senador e atual governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), por seu envolvimento com o contraventor Carlinhos Cachoeira. "A CPI dos Bingos foi fortemente e irresponsavelmente incentivada pelo ex-presidente Lula a despeito de todos os alertas que fiz a ele próprio", concluiu o delator.
Delcídio deixou a prisão em 19 de fevereiro, após ter ficado quase três meses na cadeia acusado de tentar obstruir as investigações da Operação Lava Jato. O ministro Teori Zavascki, relator da Lava Jato no STF, homologou nesta terça-feira, 15, a delação premiada do senador e abriu o sigilo dos autos..