O senador petista Delcídio do Amaral acusa o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva de ter participado da compra do silêncio de Marcos Valério em relação ao mensalão.
No dia 14 daquele mês, o delator teria participado de jantar na capital mineira com Marcos Valério e Rogério Tolentino. “Na ocasião, foi conversado sobre o pagamento de uma dívida, prometida por Paulo Okamoto em Belo Horizonte, a fim de que Marcos Valério silenciasse em relação as questões do mensalão”, diz trecho da delação premiada homologada pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
No dia seguinte ele teria encontrado com Okamoto para tratar do assunto. Um dia depois com o presidente Lula. Questionado sobre a conversa com Valério, ele teria respondido: “Corra presidente, senão as coisas ficarão piores do que já estão”.
Descontente com o tom da conversa, Lula teria pedido para o ministro da Fazenda Antonio Palocci ligar para Delcídio assumindo a responsabilidade pelo pagamento da dívida. Segundo a delação, Marcos Valério teria recebido parte da quantia pretendida, o que resultou no silêncio sobre o caso.
Entre as provas apresentadas para este trecho da delação, Delcídio apresentou a agenda eletrônica, com a marcação de encontros com Okamoto no restaurante Lake's, em Brasília, no dia 20 de outubro de 2005. O almoço, no entanto, aconteceu quase quatro meses antes do jantar em que Delcídio conversou com Valério.
O mesmo se repete com o suposto encontro com o presidente Lula.