Lula, que estava resistente a aceitar o convite, teria mudado de ideia após as manifestações de domingo passado, que mostraram a necessidade de ele assumir uma posição no governo. Ainda não está certo qual papel terá Berzoini no governo, no entanto, a expectativa é que ele fique no governo como assessor especial ou em secretaria-executiva.
Além de tentar ajudar o governo a conter a crise política, o ex-presidente já havia passado a considerar a hipótese de assumir um cargo no Planalto depois que a juíza Maria Priscilla Ernandes, da 4ª Vara Criminal de São Paulo, ter decidido, na segunda-feira, transferir para o juiz federal Sérgio Moro, da Operação Lava-Jato, a decisão sobre o pedido de prisão preventiva contra ele. O pedido foi feito pelo Ministério Público de São Paulo por suspeita de lavagem de dinheiro em suposta ocultação de patrimônio e falsidade ideológica no tríplex no Guarujá.
Se de fato aceitar entrar para a equipe de Dilma, Lula ganha a prerrogativa de foro privilegiado de julgamento. Isso significa que qualquer denúncia contra ele teria de ser avaliada pelo Supremo Tribunal Federal, e não pelo juiz Sergio Moro. O ex-presidente, porém, quer desvincular sua eventual ida para o Ministério da obtenção de foro privilegiado.