Além da orientação de Temer, teria pesado também na decisão de Lopes a ameaça feita por deputados do PMDB de pedir a expulsão dele do partido, caso assumisse cargo no governo. O pedido de expulsão teria como base moção aprovada pelo PMDB na convenção nacional no último sábado, 12, proibindo peemedebistas de assumirem postos no governo federal durante o prazo de 30 dias.
A interlocutores, Mauro Lopes disse na manhã desta terça-feira que vai esperar a "poeira baixar" para decidir se volta a tratar com o Palácio do Planalto sobre sua nomeação para a SAC, até então prevista para ser efetivada nesta semana. "Temos que pensar o que é o melhor para o Brasil neste momento", afirmou o parlamentar mineiro, de acordo com aliados.
A indicação de Lopes para a SAC foi oferecida pelo Planalto à bancada peemedebista de Minas Gerais em troca do apoio à recondução do deputado Leonardo Picciani (RJ) à liderança do PMDB na Câmara. As conversas começaram ainda no fim do ano passado. Mesmo após a reeleição de Picciani, contudo, o Planalto decidiu esperar a convenção nacional do partido para efetivar a nomeação.
Após a convenção do PMDB do último sábado, o governo, então, começou a reforçar uma estratégia de aproximação com o PMDB para tentar evitar o desembarque do principal partido de sua base de sustentação. Na segunda-feira, 14, Dilma chamou os ministros da sigla para uma reunião no Planalto para tentar convencer o partido a quebrar o acordo de 30 dias sem ninguém assumir um cargo no governo.
Aos ministros peemedebistas, Dilma afirmou que conversaria nesta terça-feira com Lopes e Picciani, que também participou da reunião com Temer de manhã, para tentar acertar a nomeação do deputado mineiro para a Aviação Civil. Com o recuo do parlamentar e a divulgação da delação premiada do ex-líder do governo no Senado, Delcídio Amaral, as negociações não avançaram..