Em colaboração homologada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), Delcídio chamou o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), de "menino de recados" do banqueiro André Esteves em assuntos de interesse do Banco BTG, "especialmente no que tange a emendas às Medidas Provisórias que tramitam no Congresso". No texto, o banco não cita Esteves que, segundo a assessoria, não é mais controlador do BTG.
Delcídio citou aos investigadores a apresentação de emenda por parte da Câmara dos Deputados a uma MP (668 ou 681, segundo Delcídio) possibilitando a utilização de ativos em instituições em liquidação de dívidas. Entre as tratativas de Esteves junto a Eduardo Cunha estaria a possibilidade de inclusão de mecanismos para que bancos falidos utilizassem os Fundos de Compensação de Variações Salariais (FCVS) para quitar dívidas com a União. Delcídio confessou ainda o fato de ele próprio ter marcado uma agenda do banqueiro do BTG com o então ministro da Fazenda, Joaquim Levy, para tratar do tema.
Delcídio ressaltou ainda que o BTG seria um dos maiores mantenedores do Instituto Lula. "Um dos instrumentos utilizados para repasse de valores seria o velho esquema de pagamento de 'palestras'", denunciou o senador. Além do próprio ex-presidente Lula, o ex-ministro petista Antônio Palocci seria uma espécie de "gendarme" de Esteves no esquema, nas palavras do delator.
O BTG Pactual disse que "não é nem nunca foi mantenedor do Instituto do ex-presidente petista. O banco afirma que "contratou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, por meio da empresa L.I.L.S.
Além disso, segundo a nota do BTG, "os valores desembolsados pelas palestras foram compatíveis com a relevância dos eventos realizados e não se afastam da faixa de valores usualmente cobrados por ex-presidentes de outros países".
Em sua delação, Delcídio disse que "um dos instrumentos utilizados para repasse de valores seria o velho esquema de pagamento de 'palestras'"..