A informação consta da delação premiada feita por Delcídio e divulgada hoje na íntegra. No depoimento, Delcídio afirmou que Maurício Bumlai, filho do empresário José Carlos Bumlai, amigo pessoal do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, foi a pessoa que lhe fez a oferta.
O Grupo Bertin acumula uma série de projetos de usinas térmicas e dívidas bilionárias que há anos são cobradas pela Aneel. Delcídio disse que tomou providências para marcar uma audiência entre Maurício Bumlai, Reinaldo Bertin, um dos controladores do grupo Bertin, e o diretor-geral da Aneel, Romeu Rufino, além da superintendência de geração da agência reguladora.
Segundo Delcídio, o encontro ocorreu entre outubro e novembro de 2015. O senador afirmou que não teve mais tempo de tomar alguma outra medida concreta e que não chegou a receber nenhum valor por conta de sua atuação.
Até 2014, a Aneel já havia cancelado 17 projetos de usinas assumidas pelo Bertin, por conta de sucessivos atrasos na construção das térmicas. Em fevereiro, o grupo Bertin foi autuado em R$ 3 bilhões pela Receita Federal, em impostos e multas. Procurado, o Grupo Bertin declarou que seus acionistas desconhecem e não participaram de reuniões com executivos da Aneel para tratar de assunto usina São Fernando e que, desde 2011, não fazem parte da sociedade. A mencionada audiência, se ocorreu, não contou com a presença de ninguém do Grupo Bertin, informou.
Por meio de nota, o empresário Maurício Bumlai declarou que rejeita as citações a seu nome feitas pelo senador Delcídio Amaral em sua delação premiada.