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Estado de Minas

Governo já discute minirreforma ministerial com substituição de presidente do BC

A dança das cadeiras pode acontecer se Lula virar ministro de Dilma. O atual presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, daria o seu lugar a Henrique Meirelles


postado em 16/03/2016 09:07 / atualizado em 16/03/2016 10:59

Ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva deve definir hoje se aceita convite de Dilma para assumir um ministério(foto: Evaristo de Sá)
Ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva deve definir hoje se aceita convite de Dilma para assumir um ministério (foto: Evaristo de Sá)
São Paulo - De forma ainda "embrionária", alguns integrantes da cúpula do governo já discutem nos bastidores a realização de uma "minirreforma" ministerial a ser feita após a confirmação do ex-presidente Lula como um dos ministros da presidente Dilma Rousseff.

Segundo a reportagem apurou, as discussões sobre a dança das cadeiras, que ocorrerá depois de Lula assumir, foram comunicadas nas últimas horas a lideranças do governo no Congresso por assessores palacianos, mas ainda não passaram pelo aval de Dilma.

Entre as possíveis mudanças esperadas está a a substituição do ministro da Secretaria Geral, Ricardo Berzoini, pelo ex-presidente. Berzoini poderá ocupar a cadeira de chefe executivo da pasta.

O destino dele, segundo integrantes da base ouvidos pela reportagem, também poderá ser a Secretaria de Comunicação da Presidência da República, ocupada atualmente por Edinho Silva.

Edinho foi ex-tesoureiro da campanha de Dilma de 2014 e segundo relatos, integrantes da cúpula do Palácio estão preocupados com o surgimento de novas citações contra ele oriundas da delação do empreiteiro José Aldemário Pinheiro Filho, o Léo Pinheiro, ex-presidente da construtora OAS.

Pinheiro foi condenado a 16 anos por corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa, as investigações da Operação Lava-Jato.

Tratado ainda como apenas uma possibilidade, também poderá fazer parte da minirreforma ministerial a substituição do atual presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, que daria o seu lugar a Henrique Meirelles, que recentemente chegou a ser cogitado para ocupar o ministério da Fazenda, no lugar do ex-ministro Joaquim Levy.

Uma possível substituição do ministro da Educação, Aloizio Mercadante, também não está descartada. No acordo de delação premiada, homologado na segunda-feira, pelo Supremo Tribunal Federal (STF), o senador Delcídio Amaral (PT-MS) informou que o ex-chefe da Casa Civil do governo Dilma e atual ministro da Educação prometeu dinheiro e ajuda para que Delcídio deixasse a prisão e escapasse do processo de cassação de mandato no Senado.

Em coletiva de imprensa, nesta terça à tarde, Mercadante enfatizou que sua conversa com o assessor do senador, José Eduardo Marzagão, teve caráter estritamente pessoal e não foi feita com o conhecimento da presidente Dilma Rousseff. "A presidente não tem nenhuma responsabilidade. A responsabilidade é inteiramente minha", disse o ministro.

O ex-presidente Lula desembarcou nessa terça-feira (15) em Brasília para conversar sobre seu futuro no governo.

Lula passou a considerar a hipótese de integrar o governo depois que a juíza Maria Priscilla Ernandes, da 4.ª Vara Criminal de São Paulo, decidiu, na segunda-feira, 14, transferir para o juiz federal Sérgio Moro, que conduz a Operação Lava-Jato na primeira instância, a decisão sobre o pedido de prisão preventiva contra ele, apresentado na semana passada pelo Ministério Público de São Paulo no caso do tríplex no Guarujá.


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