Paris - Graças à cooperação jurídica internacional, o Ministério Público Federal conseguiu congelar cerca de 1 bilhão de euros em recursos desviados para o exterior durante o escândalo da Petrobras, repatriando até aqui 200 milhões de euros.
Os números foram apresentados nesta quarta-feira, dia 16, pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, durante evento sobre o combate à corrupção transnacional realizado pela Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE), em Paris.
No plano da cooperação internacional, a investigação resultou em 103 pedidos de ajuda internacional do Brasil em relação a outros países, que resultaram na formação de duas equipes binacionais, com a Suíça e a Itália.
De um total de 49 acordos de colaboração firmados na Justiça resultaram o congelamento de 1 bilhão de euros em divisas enviadas de forma ilegal ao exterior. Deste valor, foram repatriados até aqui cerca de € 200 milhões, conforme Janot.
Constam, ainda, no balanço apresentado, 44 processos penais, das quais 17 resultaram na condenação em primeira instância de 84 acusados por crimes de fraude fiscal, formação de quadrilha e lavagem de dinheiro. O somatório de penas chega a 825 anos de cadeia para os envolvidos.
"Nós entramos em contato com vários países em razão da existência de indícios sólidos (envolvendo) empresas estrangeiras no crime de corrupção contra a Petrobras", afirmou Janot em seu discurso, que terminou por uma frase de efeito: "Eu ressalto que, neste momento, o Brasil segue o caminho do combate à corrupção".
Após seu discurso, Janot deixou a sede da OCDE com seus assessores em direção ao aeroporto, de onde parte para Berna, na Suíça. Nessa quinta-feira, 17, a equipe da Procuradoria Geral da República (PGR) tem reuniões com o procurador-geral suíço, Michael Lauber.