São Paulo, 16 - Horas depois de o governo confirmar a nomeação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva como titular da Casa Civil, o presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Luiz Moan, afirmou em nota que respeita as decisões dos poderes, mas reiterou que as questões políticas estão contaminando a economia. "Portanto, faço um apelo para que o conjunto das instituições pense Brasil", concluiu.
Moan lidera uma das mais influentes associações empresariais do País e tem dito em coletivas que a retomada do crescimento econômico depende primeiramente de uma solução na política. A indústria automotiva tem sido uma das mais afetadas pela crise econômica. No ano passado, a produção de veículos registrou queda de 22,8% em relação a 2014. No acumulado de 2016 até fevereiro, o recuo é de 31,6% ante igual período do ano passado.
Na nota, o executivo evitou fazer críticas ou elogios diretos à volta de Lula ao governo. Também não comentou se o setor poderia se beneficiar de uma possível mudança na política econômica.
Em 2003, o primeiro ano de Lula como presidente, o mercado brasileiro de veículos iniciou um período de 10 anos seguidos de altas nas vendas, em razão da expansão do crédito, do aumento da renda e de incentivos fiscais que tornaram o carro mais barato e estimularam o consumo. Agora, com o governo buscando cortar gastos para reequilibrar as contas públicas, a Anfavea tem dito que é a favor do ajuste fiscal, embora critique o tamanho da carga tributária no Brasil.