Na terça-feira, 15, após ter sido pressionado por integrantes da oposição em plenário, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), decidiu recuar e afirmou que não vai instalar ao menos por ora a comissão especial. Conforme mostrou o Broadcast Político, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, na segunda-feira, 14, Renan decidiu articular a votação de uma proposta que reduziria os poderes da petista para governar em troca de ela se manter no cargo.
"Qualquer solução (para a atual crise) que não seja do atual contexto previsto na Constituição é casuística. Estou tratando do assunto com seriedade, querendo resolver com o futuro. É contraproducente (essa discussão agora), não vai dar um bom resultado, o próprio Congresso nem aprova e ainda tem que ter um referendo", afirmou Valadares.
Para Valadares, não se pode se valer de um casuísmo de usar o parlamentarismo para tentar solucionar uma crise como ocorreu na presidência de João Goulart (1961-1964).
O senador José Serra (PSDB-SP), outro entusiasta do parlamentarismo, também defendeu que a proposta seja aprovada para valer para as eleições de 2018, para valer para o próximo presidente. Para ele, o presidencialismo que se tem hoje é um "fracasso". "Sem dúvida nenhuma, seria a melhor forma para o Brasil a longo e médio prazo. Não se trata de ter isso hoje", avaliou.
Aliado de Renan, Serra reconheceu que, diante da conjuntura política, o presidente do Senado entendeu que o melhor é passar o tempo para instalar a comissão futuramente..