O pedido de Okamotto é subscrito por seus advogados, que protocolaram o documento no gabinete de Moro minutos após a declaração pública de Dilma sobre a escolha de Lula para a Casa Civil. A estratégia do presidente do Instituto Lula é toda a Operação Aletheia seja deslocada para a Corte máxima. Neste caso, além de Lula, todos os outros investigados, inclusive Okamotto, seriam eventualmente processados no STF. Na prática, eles ficariam livres de Moro.
"Paulo Tarciso Okamotto, já qualificado nos autos do pedido de busca e apreensão criminal em epígrafe, por seus advogados, vem à elevada presença de V. Exa. expor e requerer o que segue.
Segundo os advogados, ‘cabe tão-somente ao Supremo Tribunal Federal decidir acerca da manutenção de todo o feito perante aquela Corte ou, nos termos do artigo 80 do Código de Processo Penal, desmembrá-lo em relação aos investigados que não possuem a mencionada prerrogativa de função, inclusive isto já foi decidido nos autos de um dos procedimentos da denominada Operação Lava Jato’.
Em setembro de 2015, o STF decidiu separar os autos da OPeração Radioatividade, que investiga corrupção e propinas nas obras da Usina de Angra 3 e na Eletronuclear. O alvo principal desta etapa da Lava Jato é o almirante Othon Pinheiro, ex-presidente da estatal.
A Radioatividade foi deflagrada por Moro, mas o Supremo determinou a migração dos autos para a Justiça Federal, no Rio, onde fica Angra 3.
Os advogados de Okamotto pedem ao juiz da Lava Jato que ordene aos investigadores que não façam nenhuma nova apuração. "Tendo em vista que cessou a competência desse d. Juízo para atuar no presente feito, assim como em todos os feitos a ele correlatos, requer seu imediato sobrestamento, determinando à Autoridade Policial e ao Ministério Público Federal que se abstenham de praticar quaisquer atos de investigação, interrompendo aqueles que estejam em curso; por conseguinte, requer a remessa dos autos ao colendo Supremo Tribunal Federal.".