Questionado sobre se o inquérito poderia envolver a presidente Dilma Rousseff, Janot reafirmou que todos podem entrar na investigação. "Nós temos um material, que estamos examinando", declarou o procurador-geral. Em delação Delcídio citou Dilma, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o vice-presidente Michel Temer, o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, e o senador Aécio Neves (PSDB-MG).
Segundo Janot, todos os citados terão tratamento igual. "Todos. Todos são iguais." Sem dar detalhes, Janot informou ainda que o inquérito que pode ser aberto não se basearia apenas nos documentos do testemunho de Delcídio em seu acordo de delação premiada.
Lula
Janot afirmou também a indicação do ex-presidente Lula para a Casa Civil de Dilma "é problema dele" e não muda nada para a Procuradoria-Geral da República. "Isso é problema dele, não é meu. Não é problema para mim não", disse Janot.
Questionado se Lula, ao obter foro por se tornar ministro, não teria "privilégios" no que diz respeito às investigações da Operação Lava Jato, o procurador-geral foi lacônico. "Não sei", afirmou.
Janot estava em Paris participando de um evento sobre cooperação internacional para o combate à corrupção na Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE).