Aldimar Assis, presidente do Sindicato dos Advogados de São Paulo, afirmou que "o grampo sofrido pela presidente é um estupro ao estado democrático de direito".
Os 675 lugares do mítico teatro situado na zona oeste de São Paulo, no bairro Perdizes, foi totalmente ocupado - centenas de outros de manifestantes acabaram assistindo ao evento por meio de um telão colocado do lado de fora. De lá, gritavam "não vai ter golpe".
O ato no Tuca foi aberto pelo ator Sérgio Mamberti que, emocionado, puxou o mesmo coro de "não vai ter golpe" e de "no pasarán (não passarão, em referência aos golpistas)".
Além da mídia, as críticas foram direcionadas ao sistema financeiro e ao Judiciário. Comparou-se as ações de Moro às dos nazistas na Alemanha.
O jurista Fábio Konder Comparato ironizou o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, dizendo que o apego de FHC pelo poder fez com que ele rasgasse a Constituição conseguindo prorrogar seu mandato.
Sobre o instituto da delação premiada, o jurista Celso Antônio Bandeira de Mello concluiu que "o dedo-duro é um deprimente". Para ele, a sociedade deve se insurgir contra o que chamou de "dedurismo". "O dedo-duro é aceito na cultura americana. No Brasil, o dedo-duro é aquela que ninguém respeita, que não tem amigo."
Os participantes do ato pediram para que ninguém use preto hoje, já que a cor será a escolhida por integrantes do movimento pró-impeachment.
Em vídeo exibido no teatro, o ex-presidente uruguaio Pepe Mujica também defendeu o governo Dilma e pediu uma união latino-americana.
Guilherme Boulos, do MTST, pediu a demissão do diretor-geral da Polícia Federal devido ao vazamento do grampo da conversa entre Dilma e Lula.
O ex-ministro da fazenda Luiz Carlos Bresser Pereira fez reparos à condução econômica do último ano da presidente Dilma, mas advertiu que isso não é motivo para abertura de um processo de impeachment. Além disso, Bresser Pereira chamou o senador Aécio Neves (PSDB-MG) e Eduardo Cunha (PMDB-RJ) como "agentes do golpe".
O presidente da CUT, Vagner Freitas, convocou a militância a fazer uma vigília em frente ao Palácio do Planalto durante a nomeação de Lula como ministro da Casa Civil.
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