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Estado de Minas

Tuca lota em ato pela defesa da presidente


postado em 17/03/2016 08:31 / atualizado em 17/03/2016 08:38

São Paulo - Enquanto a presidente Dilma Rousseff sofria mais um abalo com a divulgação do grampo de uma conversa sua com o ex-presidente Lula, o Teatro da Universidade Católica de São Paulo (Tuca) servia nessa quarta-feira, 16, de espaço, no mesmo horário, do Ato pela Legalidade Democrática com juristas, intelectuais, políticos e artistas que se manifestaram contra as ações do juiz Sérgio Mouro e os desdobramentos da Operação Lava Jato.

Aldimar Assis, presidente do Sindicato dos Advogados de São Paulo, afirmou que "o grampo sofrido pela presidente é um estupro ao estado democrático de direito". A professora Marilena Chauí declarou que é nesse caldo que nascem os ditadores e tiranos. "A massa que está nas ruas não é ligada a partidos ou a movimentos sociais, é uma massa atrás de um líder conservador e tirano."

Os 675 lugares do mítico teatro situado na zona oeste de São Paulo, no bairro Perdizes, foi totalmente ocupado - centenas de outros de manifestantes acabaram assistindo ao evento por meio de um telão colocado do lado de fora. De lá, gritavam "não vai ter golpe".

O ato no Tuca foi aberto pelo ator Sérgio Mamberti que, emocionado, puxou o mesmo coro de "não vai ter golpe" e de "no pasarán (não passarão, em referência aos golpistas)".

Além da mídia, as críticas foram direcionadas ao sistema financeiro e ao Judiciário. Comparou-se as ações de Moro às dos nazistas na Alemanha.

O jurista Fábio Konder Comparato ironizou o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, dizendo que o apego de FHC pelo poder fez com que ele rasgasse a Constituição conseguindo prorrogar seu mandato.

Sobre o instituto da delação premiada, o jurista Celso Antônio Bandeira de Mello concluiu que "o dedo-duro é um deprimente". Para ele, a sociedade deve se insurgir contra o que chamou de "dedurismo". "O dedo-duro é aceito na cultura americana. No Brasil, o dedo-duro é aquela que ninguém respeita, que não tem amigo."

Os participantes do ato pediram para que ninguém use preto hoje, já que a cor será a escolhida por integrantes do movimento pró-impeachment.

Em vídeo exibido no teatro, o ex-presidente uruguaio Pepe Mujica também defendeu o governo Dilma e pediu uma união latino-americana.

Guilherme Boulos, do MTST, pediu a demissão do diretor-geral da Polícia Federal devido ao vazamento do grampo da conversa entre Dilma e Lula. Além disso, criticou o ministro do STF, Gilmar Mendes, a que chamou de tucano e acusou de fazer política no Supremo.

O ex-ministro da fazenda Luiz Carlos Bresser Pereira fez reparos à condução econômica do último ano da presidente Dilma, mas advertiu que isso não é motivo para abertura de um processo de impeachment. Além disso, Bresser Pereira chamou o senador Aécio Neves (PSDB-MG) e Eduardo Cunha (PMDB-RJ) como "agentes do golpe".

O presidente da CUT, Vagner Freitas, convocou a militância a fazer uma vigília em frente ao Palácio do Planalto durante a nomeação de Lula como ministro da Casa Civil.


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