Brasília - Apontado como um dos principais pilares do governo Dilma Rousseff no Congresso, o PMDB do Senado decidiu não comparecer à posse do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no cargo de ministro-chefe da Casa Civil.
Por isso, Renan, o líder do PMDB do Senado, Eunício Oliveira (CE), o senador Romero Jucá (PMDB-RR) e outros representantes do grupo não participam da solenidade no Palácio do Planalto, que ocorreu nesta manhã.
Para um dos representantes do grupo, a presidente fez a sua "opção parlamentarista" ao entregar, no momento em que está ameaçada de sofrer um processo de impeachment, o governo a Lula. Em síntese, resumiu o interlocutor, foi dado um voto de "desconfiança" para o Executivo.
A avaliação do grupo, entretanto, é que o governo também precisará fazer gestos em relação ao partido. Antes de tomar posse e da revelação do grampo, Lula já conversou por telefone com Renan e com Eunício. Ficaram de se encontrar em breve, mas ainda não há qualquer encontro marcado.
Na semana passada, antes do acirramento da crise, o PMDB do Senado já se dividia sobre a ida de Lula para o governo. Renan se mostrava mais favorável à medida, com a avaliação de que poderia reduzir a crise política e retomar a confiança do País.
Eunício tinha outra avaliação, dizia que, embora obviamente a medida fosse importante para o governo, iria gerar "várias especulações" em relação principalmente à questão da concessão do foro privilegiado nas investigações da Operação Lava Jato. Jucá vinha dizendo que a medida não surtiria efeito.
A avaliação do trio, diante dos últimos acontecimentos, converge para o aumento das dificuldades para o governo superar a crise.
Ministros do partido, como os titulares de Minas e Energia, Eduardo Braga, e do Turismo, Henrique Eduardo Alves, têm participado das conversas com senadores e integrantes da cúpula partidária e demonstram preocupação com o agravamento da crise política e sobre um eventual desembarque do PMDB do governo Dilma. Nada, contudo, está decidido.