A presidente Dilma Rousseff deu posse na manhã desta quinta-feira ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a outros dois ministros em meio a manifestações contrárias e de apio ao governo. O ponto deputado Major Olímpio (SD/SP) gritou logo no início do discurso da presidente: "vergonha o que está acontecendo aqui". Na maior parte do tempo, Dilma foi muito apluadida pela plateia e, da mesma forma, Lula também ganhou manifestações de apoio. A plateia também gritou em coro: "Não vai ter golpe".
Em seu discurso, Dilma fez a defesa dos magistrados com base em provas obtidas conforme a lei. Ela criticou, no entanto, os vazamentos eletivos da Operação Lava-Jato. Criticou também o que a presidente chamou de "investigações baseadas em grampos ilegais, que não favorecem a democracia neste país". Dilma se referia às escutas telefônicas divulgadas nessa quarta-feira (16) pela Polícia Federal do Paraná, onde atua o juiz Sérgio Moro na coordenação da força-tarefa da Operação Lava-Jato.
Dilma diz que não recuará da exigência para que seja feita a " mais rigorosa apuração" do grampo telefônico que falagrou conversa entre ela e Lula. Dilma classificou a escuta como ilegais e que ferem não só o direito de quem está no cargo de presidente da República, mas também o direito do cidadão. "Os golpes começam assim", alertou a presidente
Os novos ministros assinaram o termo de posse por volta das 10h45 desta quinta-feira ao lado da presidente Dilma Rousseff, em cerimônia no Palácio da Liberdade. Assinaram os termos o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, como ministro-chefe da Casa Civil; Eugênio José Guilherme de Aragão, como ministro da Justiça; e Mauro Ribeiro Lopes, ministro-chefe da Secretaria de Aviação Civil (SAC). Jaques Wagner, novo ministro-chefe do gabinete pessoal da presidente, teve problemas com voo que saia de Salvador não compareceu à solenidade.