Brasília - O advogado-geral da União, José Eduardo Cardozo, afirmou nesta quinta-feira, que a cúpula jurídica do governo irá analisar nesta quinta-feira quais medidas devem ser tomadas com relação à divulgação nessa quarta-feira, 16, de uma conversa privada entre a presidente Dilma Rousseff e o ex-presidente e novo ministro da casa Civil, Luiz Inácio Lula da Silva. "Falei com a presidente Dilma e com o ministro da Justiça, Eugênio Aragão, e nos parece que há uma evidente ilegalidade na divulgação da gravação", disse Cardozo após cerimônia de posse dos novos ministros no Palácio do Planalto.
Ato
As turbulências que seguiram a divulgação do grampo que captou conversas entre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, agora ministro-chefe da Casa Civil, e a presidente Dilma Rousseff vão ser usadas como estímulo pelos movimentos que organizam um ato de apoio ao governo e contra o impeachment para esta sexta-feira, 18, em São Paulo. Participantes da manifestação prometem incluir na pauta um pedido de afastamento do juiz federal Sérgio Moro, responsável pela Operação Lava Jato na Justiça Federal em Curitiba e responsável pela decisão de tornar públicos os áudios das ligações telefônicas interceptadas.
Segundo Raimundo Bonfim, coordenador da Frente Brasil Popular, os movimentos vão questionar a atitude do juiz federal. "O STF precisa afastar o juiz Sérgio Moro da Operação Lava Jato, pois ele, com o propósito de garantir o impeachment, está levando o País a uma situação limite. Pratica atos de afronta a ordem constitucional", disse Bonfim. Para ele, a tensão social vista nos últimos dias "vai aumentar a indignação e, consequentemente, aumentar as mobilizações".