Para acelerar o andamento do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff, partidos de oposição anunciaram que vão se organizar para dar quórum na Câmara às sextas e segundas-feiras, dias em que tradicionalmente não há trabalhos na Casa. Segundo os líderes partidários, será montado um esquema de rodízio entre os parlamentares para garantir a abertura de sessões com o quórum mínimo de 51 presentes. "Quem tem pressa é o povo brasileiro", justificou o líder do PSDB, Antonio Imbassahy (BA).
Os partidos de oposição estão empenhados agora em levar, o mais rápido possível, o julgamento da presidente Dilma ao plenário. Empolgados com a criação da comissão, os parlamentares prometem pressionar para que os trabalhos sejam acelerados. "Não vamos brincar em serviço", disse o líder do DEM, Pauderney Avelino (AM).
Em outra frente de atuação para afastar a petista do cargo, os oposicionistas anunciaram uma representação na Procuradoria Geral da República (PGR) pedindo a abertura de inquérito contra a presidente. Para a oposição, a petista pode ser enquadrada na prática de crimes de prevaricação, fraude processual e favorecimento pessoal ao nomear o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva como ministro-chefe da Casa Civil. Se houver denúncia da PGR ao Supremo Tribunal Federal (STF), os oposicionistas acreditam que a petista poderá ser afastada. Nesta tarde, eles lembraram que até o vice-presidente Michel Temer, líder nacional do PMDB, deixou de participar da cerimônia de posse mais cedo em sinal de desaprovação ao governo.
O líder do DEM desconversou ao ser questionado sobre o posicionamento político do juiz Itagiba Catta Preta Neto, da 4ª vara da Justiça Federal do Distrito Federal, que suspendeu em caráter liminar a posse do ex-presidente. Nas redes sociais, o magistrado publicou comentários defendendo o impeachment de Dilma e participou de protestos contra o governo petista. "A livre manifestação é para todos", respondeu.