"Agora é pressão, pressão e pressão. Seja aqui no Congresso, seja para estimular as ruas, para os movimentos continuarem vigilantes. Conversamos com lideranças de oposição mais cedo hoje e a ideia é não arredar um milímetro. Agora é na comissão, vamos trabalhar para garantir as cinco sessões na semana e para que os prazos sejam os mais curtos possíveis. Vamos acelerar todos os ritos", afirmou ao Broadcast (serviço de notícias em tempo real da Agência Estado) o presidente do PSDB, senador Aécio Neves (MG).
Além da pressão dentro do Congresso, representantes da oposição deverão dar início nos próximos dias a ações nas capitais do País. O objetivo será o de constranger parlamentares que se colocam a favor do governo Dilma. Entre as iniciativas estudadas está a criação de painéis e cartazes para serem expostos em espaços públicos com a foto e endereços eletrônicos daqueles que estão indecisos, contrários e a favor do afastamento da presidente.
Segundo Aécio, numa outra frente será intensificada uma aproximação com o PMDB, considerado como fiel na balança na condução do processo de impeachment.
Na conversa com o Broadcast, Aécio também comentou sobre o retorno do ex-presidente Lula ao Palácio do Planalto, desta vez nomeado como ministro da Casa Civil. Para o líder tucano, o ingresso de Lula no governo Dilma traz "vícios preocupantes". "Ela (Dilma) abdicou do poder. Isso é inusitado. A história do Brasil vai lembrar por muitos e muitos anos. Há também essa questão moral de que a nomeação tem como objetivo garantir foro para o ex-presidente", disparou.
O tucano também criticou a possibilidade de, com o ingresso de Lula no governo Dilma, sejam retomadas medidas consideradas por ele como populistas na área econômica. "Temo ser preocupante que haja tentação de iniciativas populistas, como dar crédito que não existe e se criar uma bolha para sustentar um pouco o governo. O Armínio Fraga ex-presidente do Banco Central esteve aqui ontem e considerou, por exemplo, que é mais uma sinalização de instabilidade. O Brasil precisa de confiança".
Questionado se a chegada do vice-presidente, Michel Temer, à presidência da República traria tal confiança ao País, o senador se esquivou: "qualquer coisa agora neste momento é melhor para o Brasil"..