Machado, que está no seu primeiro mandato, é o titular da Rede na comissão especial da Câmara dos Deputados que vai elaborar o parecer sobre o impeachment, antes de o processo ser votado no plenário da Casa.
Como a Rede não anunciou a posição oficial do partido, Machado afirmou que, hoje, seu voto está indefinido no placar que acompanha os deputados que já se declararam a favor ou contra do impeachment na comissão. A bancada da Rede na Câmara conta com cinco deputados, mas apenas um representante na comissão.
Num levantamento feito pela consultoria Arko Advice, há hoje 32 deputados a favor do impeachment, 31 contra e 2 indefinidos, um dos quais Aliel Machado, da Rede.
Machado informou ainda que o partido deverá anunciar uma posição oficial sobre o impeachment na próxima semana. Ele vai declarar seu voto juntamente com o anúncio do partido, uma vez que se está amadurecendo a melhor estratégia política para defender em relação ao impeachment.
"A Rede não quer se precipitar em relação a esse assunto, tomando todos os cuidados necessários numa hora de muito ódio e raiva em que se está se propagando um descontrole", afirmou Machado.
Indagado quais os fatores que estão pesando na decisão da Rede em relação ao impeachment, Machado disse que o partido vai se ater aos fatos.
"Dentro do impeachment, temos que julgar a questão de crime de responsabilidade da presidente Dilma", observou o deputado paranaense, de 27 anos. "Mas é lógico que o impeachment é um julgamento político também e a situação do País está caótica. Temos um problema de governabilidade muito grande que o governo não conseguiu controlar."
Sobre as manifestações registradas em várias cidades brasileiras contra o governo Dilma e a favor do impeachment, Machado disse que os protestos são legítimos, mas fez uma ressalva. "É preciso tomar cuidado para não ser uma manifestação seletiva. Tem que protestar contra a corrupção como um todo", disse Machado.
"Temos o pedido de impeachment da presidente Dilma, mas as pessoas sabem que a consequência disso é assumir o vice-presidente Michel Temer, que também é citado nas investigações da Lava Jato? E que não há novas eleições com o impeachment?", indagou.
No seu site na Internet, a Comissão Executiva Nacional da Rede Sustentabilidade assina um comunicado, no qual diz que o partido "entende que a nomeação do ex-presidente Lula para o cargo de Ministro-Chefe da Casa Civil aprofunda a atual crise ao invés de apontar para uma saída, em especial pela suspeita de que tenha sido feita para obtenção de foro privilegiado". Acrescenta o texto: "Sua nomeação também ocorre em um momento em que surgem indícios que fortalecem a tese para o impeachment da presidente Dilma Rousseff."
O comunicado foi postado pela ex-ministra Marina Silva, que obteve 20 milhões de votos nas últimas eleições presidenciais, na sua conta do microblog Twitter.