Segundo Pastore, ingredientes políticos diminuem a potência da política monetária.
"Muda o governo, entra um governo com legitimidade, política econômica coerente, bem feita, com uma agenda de reformas, muda totalmente esse quadro. E aí voltamos a pensar numa política monetária", disse Pastore durante o seminário "Política Monetária no Brasil", em homenagem aos 70 anos do professor José Júlio Senna, na Fundação Getulio Vargas (FGV), no Rio.
Pastore alertou que, se não houver mudança, o Brasil caminha para uma crise tão grave quanto a de 1985, quando deixou o Banco Central, às vésperas da implementação do Plano Cruzado.
"Não tenho nada contra o regime de metas. Pelo contrário, adoro o regime de metas. Só que temos problemas no Brasil hoje que não dá para salvar com regime de metas de inflação. Precisamos salvar o Brasil hoje para poder trazer de volta o regime de metas", declarou o ex-presidente do BC.
A inflação oficial no País, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), foi de 10,67% em 2015, enquanto que o teto da meta estipulada pelo governo era de 6,5%..