Enquanto o político participava da sessão na Câmara, manifestantes divulgavam o número de celular dele em trios elétricos. “Recebi vídeos mostrando eles falando lentamente meu contato com microfones. E ainda repetiam”, contou o deputado de 27 anos, que costuma divulgar o próprio telefone para opinião de eleitores.
A maior parte dos recados pedia pelo voto contrário ao seguimento do processo de impeachment. Mas alguns usuários ameaçaram o deputado. “Mandaram foto minha com minha família, umas com meu filho. Disseram que se eu não votar a favor da Dilma, vou ‘pagar por isso na rua’ ou vão me achar na minha casa”, detalhou o político, que não respondeu às mensagens.
Aliel atualizou a quantidade de mensagens recebidas até o início da tarde desta sexta-feira (18/3) para “quase 30 mil”.
O político se espantou com a quantidade de mensagens ao pegar o celular no fim da sessão desta quinta-feira, que formou a comissão. Em seguida, ele embarcou de Brasília para Curitiba e, durante o trajeto, apagava os recados. “O celular travou. Passei a madrugada excluindo mensagens e capturando as telas”, contou.
Aliel acredita que uma guerra entre grupos políticos provocou a confusão e considerou a influência de seu passado político: ele se elegeu pelo Partido Comunista do Brasil (PC do B-PR), da base aliada do PT, antes de se filiar à Rede. Os autores da mensagem, então, teriam deduzido que o político votariam contra o impeachment.
“Respeito a opinião das pessoas, tem de haver debate. Mas assim não se resolve, o país está nesse mar de lamas por causa de falta de diálogo e conhecimento”, lamentou. Aliel disse que não vai procurar a polícia e acrescentou que o voto na comissão será decidido após conversas com outros integrantes da Rede.