Segundo ele, o poder Judiciário tomou "aspectos messiânicos, particularmente no Paraná", Estado onde fica o juiz Sérgio Moro, responsável pelo andamento do processo da Operação Lava Jato. Ele diz que o Brasil parece viver a história do conto "O Alienista", de Machado de Assis. "Um dia vai se perceber que o louco não somos nós. Não se prende todo mundo, não se usa prisão preventiva como está se usando no País. Nem os militares fizeram isso", criticou.
Para o ex-governador, a situação atual do Brasil é mais grave do que 1964, ano do golpe militar. "Naquela ocasião se podia fazer o conflito direto com os militares, e hoje em dia é em nome da legalidade que se fazem as coisas".
Lembo também criticou a divulgação dos diálogos entre a presidente Dilma Rousseff e o ex-presidente Lula, interceptados pela Polícia Federal. Para ele, a conversa deveria ter sido entregue ao Supremo Tribunal Federal (STF), em função do foro privilegiado de Dilma.
Para Lembo, um dos erros de Lula foi pensar que tinha sido aceito na "casa grande", após sair da "senzala". "Ninguém é recebido na casa grande se não pertencer ao grupo social deles. Os empreiteiros são brilhantemente envolventes e o Lula foi envolvido. Mas não era amizade, era um interesse egoístico, e deu no que deu", afirmou.
O ex-governador disse ainda que o momento atual repete o que a oligarquia brasileira vem fazendo há 400 anos, que é a tomada do poder de todas as formas possíveis. "A cidadania é mera ficção no Brasil. Nada é pior do que a oligarquia brasileira e especialmente a paulista. É incrível, a oligarquia paulista não quer o progresso social de maneira alguma. A burguesia paulista está com uma ânsia de matar", comentou, em referência aos movimentos para tirar Dilma do poder..