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Estado de Minas

AGU pede ao STF suspensão de ações que questionam posse de Lula

Governo solicita ao ministro do Supremo Tribunal Federal Teori Zavasccki que torne sem efeito todos os processos que questionam a posse do ex-presidente como ministro da Casa Civil


postado em 20/03/2016 06:00 / atualizado em 20/03/2016 08:03

AGU usará jurisprudência criada por Gilmar Mendes de proibir impugnação a pedido de partidos políticos (foto: Carlos Humberto/SCO/STF)
AGU usará jurisprudência criada por Gilmar Mendes de proibir impugnação a pedido de partidos políticos (foto: Carlos Humberto/SCO/STF)
Brasília – O governo pediu neste sábado (19/03) ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Teori Zavascki a suspensão de todas as ações que questionam a posse do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva como ministro-chefe da Casa Civil, até que a Corte se posicione em definitivo sobre o assunto. Na sexta-feira (18/03), o ministro Gilmar Mendes suspendeu, em caráter provisório, a nomeação de Lula e mandou as decisões relativas ao petista de volta ao juiz federal Sérgio Moro, à frente dos processos relativos à Operação Lava-Jato. No pedido, o advogado-geral da União, José Eduardo Cardozo, solicita a suspensão de todas as decisões sobre o assunto, o que pode englobar a de Mendes.

O ministro do STF analisa duas Arguições de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF), impetradas pelo PSDB e PSB. Já Mendes relata mais de 10 outras ações e concedeu liminar a dois mandados de segurança, apresentados pelos tucanos e PPS. “Ante o exposto, a fim de se evitar decisões contraditórias acerca de tema tão relevante, primando-se pela segurança jurídica e defesa da ordem jurídico objetiva, a Advocacia-Geral da União reitera a necessidade de suspensão do andamento de todos os processos e de decisões judiciais que apresentem relação com a matéria objeto da arguição de descumprimento do preceito fundamental, até seu julgamento final”, diz a manifestação encaminhada pela AGU a Teori.

No documento, Cardozo menciona a decisão de Gilmar Mendes em relação ao que o ministro aponta como “insegurança jurídica” na indefinição da posse de Lula. O advogado-geral não pede claramente a suspensão da decisão de Mendes. Teori, porém, pode interpretar dessa forma. É raro, porém, um ministro tem autonomia para invalidar a decisão de um colega.

Mendes suspendeu os efeitos da posse de Lula em caráter liminar, provisório. O ministro argumenta que Lula buscou um “salvo conduto” para evitar prisão no âmbito da Lava-Jato. A determinação ainda precisa passar pelo crivo de outros ministros em plenário. Caso não seja marcada nenhuma sessão extraordinária, o que seria improvável, e Lula deve seguir sem foro privilegiado até 30 de março, quando está prevista a próxima sessão. O ex-sindicalista tomou posse na última quinta-feira. Desde então, teve sua nomeação suspensa e revalidada ao menos duas vezes.

RECURSO
Há mais de 50 ações questionando a posse de Lula pelo país. Na liminar expedida na última sexta-feira, Mendes diz que elas não poderiam ser reunidas no STF ou suspensas. O governo, então, solicitou a Teori mais uma vez que reúna as ações. A União já havia feito o mesmo pedido à ministra do Superior Tribunal de Justiça (STJ) Diva Malerbi, que o negou.

Ainda na sexta-feira, Cardozo informou que iria recorrer da decisão de Mendes e usaria ações anteriores do tribunal para embasar o argumento. “Nós, respeitosamente, discordamos da decisão dada pelo ministro. Em primeiro lugar, porque nos parece que, em certa medida, ela contraria a jurisprudência do próprio STF, que não admite uma impugnação dessa natureza feita por mandado de segurança tendo como impetrante um partido político”, disse Cardozo.

Ex-presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) no Rio de Janeiro, o deputado federal Wadih Damous (PT-RJ) questiona a liminar de Mendes. “O mandado é imprestável para este objetivo. O mandado é um remédio para resguardar direito líquido e certo. Qual é o direito líquido e certo do partido? Começa por aí. Segundo, a prova na qual o juiz se baseia é ilícita, por se tratar de um grampo ilegal”, disse. Damous defende que o governo entre com uma ação de suspeição, questionando a credibilidade de Mendes para julgar a ação, porque o ministro já havia se posicionado contrariamente à posse de Lula.


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