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Estado de Minas

Crise política provoca di­vi­são nas ru­as e nas re­des so­ci­ais

Se pe­las ci­da­des as ma­ni­fes­ta­çõ­es fa­vo­rá­veis e con­trá­ri­as ao go­ver­no Dil­ma fi­ca­ram li­mi­ta­das aos atos pú­bli­cos, no mun­do vir­tu­al o debate po­lí­ti­co se man­tém acir­ra­do


postado em 21/03/2016 06:00 / atualizado em 21/03/2016 08:45

A se­ma­na mar­ca­da pe­lo va­za­men­to de gram­po te­le­fô­ni­co en­tre a pre­si­den­te Dil­ma Rous­se­ff (PT) e o ex-pre­si­den­te Luiz Iná­cio Lu­la da Sil­va (PT) e a sus­pen­são da no­mea­ção do pe­tis­ta co­mo mi­nis­tro-che­fe da Ca­sa Ci­vil pe­lo Su­pre­mo Tri­bu­nal Fe­de­ral (STF) acir­rou os âni­mos não ape­nas nas ruas de to­do o Bra­sil, mas tam­bém nas re­des so­ciais. Não são ra­ros os ca­sos de tro­ca de far­pas en­tre “co­xi­nhas” e “pe­tra­lhas” – co­mo se de­no­mi­nam, de for­ma pe­jo­ra­ti­va, os gru­pos da di­rei­ta e da es­quer­da. Mui­tos gru­pos de What­sA­pp es­tão se es­fa­ce­lan­do por cau­sa da bri­ga po­lí­ti­ca. Quem não de­fen­de Dil­ma é cha­ma­do de gol­pis­ta e fas­cis­ta. Quem de­fen­de o PT é clas­si­fi­ca­do de cor­rup­to e alie­na­do.


No Fa­ce­book há gru­pos das duas cor­ren­tes. Um de­les é o “Co­xi­nhas da de­prê”, que até on­tem to­ta­li­za­va 5.162 mem­bros. O ob­je­ti­vo da pá­gi­na, se­gun­do os or­ga­ni­za­do­res, é “mos­trar a hi­po­cri­sia e os pa­pe­lões dos co­xi­nhas, o fal­so mo­ra­lis­mo, pre­con­cei­tos e até dis­cur­so de ódio. “Pq (sic) co­xi­nhas não de­fen­dem nos­so país, mas sim seus in­te­res­ses pes­soais e os in­te­res­ses da di­rei­ta gol­pis­ta que de­te­ve o po­der por tan­tos sé­cu­los. Te­mos que lu­tar con­tra o cres­ci­men­to des­sas ideias fas­cis­tas, ma­chis­tas, ra­cis­tas, mi­só­gi­nas, ho­mo­fó­bi­cas... E as re­des so­ciais são mui­to im­por­tan­tes pa­ra con­tra­por a es­sa on­da de re­tro­ces­sos. Co­xi­nhas aqui NÃO SÃO BEM VIN­DOS”, diz o tex­to de aber­tu­ra do gru­po.

O “Co­xi­nha re­vol­ta­do” já ga­nhou a ade­são de 15.101 in­ter­nau­tas. O or­ga­ni­za­dor do gru­po diz na apre­sen­ta­ção ser “um play­boy re­vol­ta­do! Sou con­tra tu­do o que es­tá aí. Es­se go­ver­no acha que po­de cor­tar nos­so To­ddy­nho, nos­so sa­gra­do lei­te com pe­ra e fi­car por is­so mes­mo? #OGi­gan­teA­cor­dou #Vem­Pra­Rua”, iro­ni­za. Um dos úl­ti­mos posts, pu­bli­ca­do no sá­ba­do, trou­xe ma­té­ria so­bre a de­ci­são da Or­dem dos Ad­vo­ga­dos do Bra­sil (OAB) de apoiar o im­pea­ch­ment da pre­si­den­te Dil­ma. O tex­to ge­rou ba­te-bo­ca.

Um in­ter­nau­ta es­cre­veu: “In­te­res­san­te co­mo es­ses co­xi­nhas só fa­lam bo­ba­gens. Lu­la ma­tou a fo­me sim, se não é re­co­nhe­ci­do por bur­ros, pe­lo me­nos é re­co­nhe­ci­do mun­dial­men­te e pe­la ONU.” Te­ve gen­te que de­fen­deu a pos­tu­ra da OAB. “En­tão, se vo­cê é ad­vo­ga­do, um pre­si­den­te que usa seus po­de­res pa­ra es­con­der um ban­di­do lhe re­pre­sen­ta? Te­nha ver­go­nha de seu ju­ra­men­to se vo­cê con­cor­da com o que a Dil­ma fez, te­nha ver­go­nha de seu ju­ra­men­to se vo­cê acre­di­ta que o PT na­da rou­bou. Te­nha ver­go­nha de vo­cê mes­mo”.

Do ou­tro la­do des­te cam­po de ba­ta­lha vir­tual, a co­mu­ni­da­de “Pe­tra­lhas cor­rup­tos” já re­ce­beu 3.753 cur­ti­das de pes­soas que di­zem que­rer o país de vol­ta. Nos posts, áu­dios de gram­pos do ex-pre­si­den­te Lu­la di­vul­ga­dos na se­ma­na pas­sa­da, ma­té­rias ne­ga­ti­vas pa­ra o PT e o go­ver­no, além de al­guns me­mes com fo­tos e fa­las de pe­tis­tas. Uma ma­té­ria so­bre o pa­ga­men­to de R$ 30 a ma­ni­fes­tan­tes que se des­lo­ca­ram pa­ra o even­to de sex­ta-fei­ra, em apoio ao go­ver­no fe­de­ral e a Lu­la, deu o que fa­lar. En­quan­to um in­ter­nau­ta afir­mou que to­dos os sin­di­ca­tos ado­tam es­se me­ca­nis­mo nos pro­tes­tos, uma mu­lher foi du­ra: “Ban­do de ven­di­dos...se ven­dem por pão com mor­ta­de­la, fa­ri­nha, den­ta­du­ra. Ban­di­do q (sic) apoia ban­di­do, ban­di­do é!!!”.

No Twit­ter, há con­tas co­mo a “Co­xi­nha Bra­sil” – que se diz an­ti­co­mu­nis­ta – e traz vá­rias fo­tos e fra­ses con­tra o go­ver­no e o PT, e a “Ti­pos de co­xi­nha” e “Pe­tra­lha sem fu­tu­ro”, on­de são pos­ta­das vá­rias fra­ses iro­ni­zan­do quem quer o im­pea­ch­ment de Dil­ma.

Tea­tro O de­ba­te po­lí­ti­co che­gou à cul­tu­ra. No sá­ba­do, em Be­lo Ho­ri­zon­te, a apre­sen­ta­ção To­dos os Mu­si­cais de Chi­co Buar­que em 90 Mi­nu­tos foi in­ter­rom­pi­da de­pois que o ator Cláu­dio Bo­te­lho fez um im­pro­vi­so em ce­na, su­ge­rin­do a pri­são do ex-pre­si­den­te Lu­la e cha­man­do a pre­si­den­te Dil­ma Rous­se­ff de “la­dra”. A apre­sen­ta­ção mar­ca­da pa­ra on­tem foi can­ce­la­da. On­tem, a as­ses­so­ria de im­pren­sa do can­tor in­for­mou ao Es­ta­do de Mi­nas que Chi­co Buar­que de­ci­diu sus­pen­der a au­to­ri­za­ção pa­ra que o ator e di­re­tor usas­se suas can­ções nes­te ou em qual­quer ou­tro es­pe­tá­cu­lo. Na in­ter­net, vá­rios fãs do au­tor de A ban­da, Vai pas­sar e Cá­li­ce se mos­tra­ram in­dig­na­dos. A hashtag #ve­ta­chi­co to­mou con­ta das re­des so­ciais.


“No Fla x Flu, torcedores cerraram o coro #ForaDilma #ForaLula. Perdeu petralhas.”
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“Coxinha que vive estudando pra concurso, mas reclama do Estado inchado”
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“Os Petralhas falaram tanto em golpe e agora nomearam um ministro da Justiça para dar o golpe na Lava-Jato.”
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“Coxinhas em fúria. Um filme estrelado por todos esses queridos brasileiros, que tanto se importam com o Brasil.”
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“Para os petralhas, a Justiça e a PF sempre foram isentos, bastou serem investigados para que tudo não passe de uma grande conspiração.”
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“Vamos comparar tamanho
de manifestações? Ok, a dos
coxinhas foi maior. Mas vamos comparar voto na urna?”
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“Gente que está confiante na negativa da juíza do pedido do promotor coxinha, é bom lembrar aqui é terra de coxinhas no judiciário também.”
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“Manifestação dos coxinhas dia 13 (domingo). Manifestação dos trabalhadores dia 18 (sexta) para atrapalhar os coxinhas que trabalham.”


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