São Paulo, 21 - O presidente da Sociedade Rural Brasileira (SRB), Gustavo Diniz Junqueira, disse que rumores sobre a permanência ou não de Kátia Abreu (PMDB-TO) no Ministério da Agricultura enfraquecem a articulação política da pasta. "Existe hoje uma ministra que está fazendo projetos, com um secretariado de alto nível. Mas isso (os rumores sobre uma possível saída de Kátia) já deixa um pé atrás e diminui a força da ministra para discutir políticas para o setor com outros ministérios e tudo vai parando", afirmou Junqueira ao Broadcast Agro, serviço em tempo real da Agência Estado, pouco antes de evento na sede da SRB, em São Paulo.
Para ele, a atual crise política está desenhando um cenário geral de estagnação. "Precisamos estar cientes de que quanto mais tempo levar a crise, mais tempo vai ser preciso para retomar para todos os setores", afirmou. Na opinião de Junqueira, apesar de o agronegócio ser atualmente um dos poucos setores que apresentam resultados positivos na economia brasileira, no longo prazo haverá efeitos negativos. "O agro precisa de planejamento de longo prazo. Se não planejar, você investe menos e toma menos risco, não troca máquinas, eventualmente reduz a parte de investimento em genética, em novas pastagens e lavouras. Tudo fica menos agressivo do ponto de vista positivo", afirmou.
Junqueira comentou ainda o posicionamento político da ministra em relação ao impeachment da presidente Dilma Rousseff. "A ministra é uma pessoa que conhece o setor e que tem um projeto para o agro. No entanto, sob o ponto de vista político ela se associou à administração atual por ser parte dela e ter uma relação muito próxima", resumiu Junqueira. Mais cedo, Kátia Abreu declarou em sua conta no Twitter apoio ao governo da petista. A ministra escreveu: "Continuarei escrevendo que acredito na honestidade da presidente Dilma. Até que me provem o contrário. Pedalada não é argumento." Representantes do agronegócio, como a SRB, apoiam a substituição do atual governo.