A manifestação aconteceu depois de Moro, que é responsável pelos processos da Lava Jato na primeira instância, decidir encaminhar ao STF as informações sobre a quebra de sigilo telefônico de Lula, mas suspender o envio dos inquéritos que apuram ocultação patrimonial e crimes envolvendo a família do ex-presidente.
A argumentação do advogado-geral da União, José Eduardo Cardozo, é que como as intercepções das ligações de Lula envolveram pessoas com foro privilegiado como a presidente Dilma Rousseff e o então ministro da Casa Civil Jaques Wagner, a competência para analisar o caso é do Supremo.
Na peça, a AGU afirma que, assim como Moro infringiu a lei ao divulgar uma conversa telefônica que envolvia a presidente, ele também "não poderia ter selecionado a priori quais inquéritos ou processos judiciais poderiam ou não ser encaminhados à Suprema Corte para exercício pleno de sua competência".
Para o governo, ao decidir tornar público os telefonemas entre Lula e Dilma, Moro colocou em risco a "soberania nacional".
Numa das gravações, Dilma afirma que está mandando o termo de posse a Lula, antes mesmo da cerimônia oficial, para que ele a use "em caso de necessidade".
Apesar dos diversos recursos impetrados pelo governo, a tendência é que a questão se Lula vai ser ou não julgado por Moro só seja decidida quando o Supremo levar a plenário a análise da decisão do ministro Gilmar Mendes, que barrou a posse do ex-presidente e decidiu manter as apurações em Curitiba. Por conta do feriado da Páscoa, que no Judiciário começa a partir desta quarta, a próxima sessão na Corte está marcada somente para dia 30..