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Estado de Minas

Executivos da empreiteira Odebrecht decidem fazer acordo de delação

Segundo a nota, "as avaliações e reflexões levadas a efeito por nossos acionistas e executivos levaram a Odebrecht a decidir por uma colaboração definitiva com as investigações da Operação Lava-Jato"


postado em 22/03/2016 21:23

O grupo Odebrebecht, por meio de nota, afirmou, nesta terça-feira (22/3), que vai fazer um acordo de delação premiada de seus principais executivos, incluindo o ex-presidente Marcelo Odebrecht. Segundo a nota, "as avaliações e reflexões levadas a efeito por nossos acionistas e executivos levaram a Odebrecht a decidir por uma colaboração definitiva com as investigações da Operação Lava Jato".

As informações foram adiantas pelo Jornal Nacional, que disse ainda que a empresa fará um acordo de leniência. "Esperamos que os esclarecimentos da colaboração contribuam significativamente com a Justiça brasileira e com a construção de um Brasil melhor", conclui a nota.

Lava-Jato

A empreiteira Odebrecht, suspeita de pagamentos de propina e contabilidade paralela, foi o alvo da 26ª fase da Operação Lava-Jato, deflagrada nesta terça-feira (22/3) pela Polícia Federal (PF). Cerca de 380 policiais cumpriram 110 mandados judiciais em oito estados e no Distrito Federal. A ação, intitulada “Xepa” é um desdobramento da Acarajé, a 23ª etapa, que atingiu o publicitário João Santana, ex-marqueteiro das campanhas eleitorais da presidente Dilma Rousseff e do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e a mulher e sócia dele, Mônica Moura.

De acordo com os investigadores, um sistema de computador próprio armazenava os pagamentos de suborno na Odebrecht; outro programa era usado para comunicação entre funcionários, sempre por codinomes. O presidente afastado do grupo, Marcelo Odebrecht, comandava o esquema, segundo a Lava-Jato.

"Derrubar a República"
Em junho do ano passado, a revista Época mostrou que, após expor a empresa na Operação Lava-Jato, o pai do então presidente da Odebrecht, Emilio Odebrecht, afirmou que "se prenderem o Marcelo (Odebrecht, filho de Emilio e atual presidente da empresa), terão de arrumar mais três celas. Uma para mim, outra para o Lula e outra ainda para a Dilma.”

Leia a nota na íntegra

COMPROMISSO COM O BRASIL

As avaliações e reflexões levadas a efeito por nossos acionistas e executivos levaram a Odebrecht a decidir por uma colaboração definitiva com as investigações da Operação Lava Jato.

A empresa, que identificou a necessidade de implantar melhorias em suas práticas, vem mantendo contato com as autoridades com o objetivo de colaborar com as investigações, além da iniciativa de leniência já adotada em dezembro junto à Controladoria Geral da União.

Esperamos que os esclarecimentos da colaboração contribuam significativamente com a Justiça brasileira e com a construção de um Brasil melhor.

Na mesma direção, seguimos aperfeiçoando nosso sistema de conformidade e nosso modelo de governança; estamos em processo avançado de adesão ao Pacto Global, da ONU, que visa mobilizar a comunidade empresarial internacional para a adoção, em suas práticas de negócios, de valores reconhecidos nas áreas de direitos humanos, relações de trabalho, meio ambiente e combate à corrupção; estabelecemos metas de conformidade para que nossos negócios se enquadrarem como Empresa Pró-Ética (da CGU),iniciativa que incentiva as empresas a implantarem medidas de prevenção e combate à corrupção e outros tipos de fraudes. Vamos, também, adotar novas práticas de relacionamento com a esfera pública.

Apesar de todas as dificuldades e da consciência de não termos responsabilidade dominante sobre os fatos apurados na Operação Lava Jato – que revela na verdade a existência de um sistema ilegal e ilegítimo de financiamento do sistema partidário-eleitoral do país - seguimos acreditando no Brasil.

Ao contribuir com o aprimoramento do contexto institucional, a Odebrecht olha para si e procura evoluir, mirando o futuro. Entendemos nossa responsabilidade social e econômica, e iremos cumprir nossos contratos e manter seus investimentos. Assim, poderemos preservar os empregos diretos e indiretos que geramos e prosseguir no papel de agente econômico relevante, de forma responsável e sustentável.

Em respeito aos nossos mais de 130 mil integrantes, alguns deles tantas vezes injustamente retratados, às suas famílias, aos nossos clientes, às comunidades em que atuamos, aos nossos parceiros e à sociedade em geral, manifestamos nosso compromisso com o país. São 72 anos de história e sabemos que temos que avançar por meio de ações práticas, do diálogo e da transparência.

Nosso compromisso é o de evoluir com o Brasil e para o Brasil.


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