Brasília, 22 - O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), negou nesta terça-feira, 22, que já tenha decidido a data da votação do impeachment da presidente Dilma Rousseff no plenário da Casa. O peemedebista disse que só decidirá o dia após o processo ser analisado pela comissão especial da Câmara.
Cunha confirmou que recebeu sugestões de alguns de seus aliados para que a votação seja realizada em um domingo. Como mostrou mais cedo o
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, a ideia desses parlamentares da oposição é estimular a presença de manifestantes no gramado do Congresso Nacional para pressionar os deputados a votarem pelo afastamento da petista.
O peemedebista explicou que nada impede que uma sessão extraordinária seja convocada para um domingo, como ocorreu sua eleição para a presidência da Câmara, mas reforçou que não tomou a decisão ainda. "Não tem nenhuma decisão ainda. Só tomarei decisão quando o processo voltar para mim", afirmou o presidente da Casa.
Cunha também rebateu nesta terça-feira questão de ordem que governistas apresentaram na comissão especial, como a que pede nova notificação da presidente Dilma Rousseff e, com isso, novo prazo para apresentação de defesa, em razão de a notificação entregue a petista na última quinta-feira, 17, ter vindo com a delação do senador Delcídio Amaral (sem partido-MS) anexada.
O presidente da Câmara afirmou que não há necessidade de mais prazo. Segundo ele, Dilma não precisaria sequer ter sido notificada na última terça-feira, 17, pela segunda vez, pois já tinha sido notificada em dezembro, quando a primeira comissão do impeachment foi eleita (e posteriormente anulada por decisão do Supremo Tribunal Federal).