Em território brasileiro, construiu estradas, estaleiros, aeroportos, metrôs e estádios para a Copa do Mundo, entre eles a Arena Corinthians.
Lá fora, o primeiro projeto estrangeiro da Odebrecht foi a construção de uma hidrelétrica no Peru, em 1979. Cinco anos depois, começou a construir a maior hidrelétrica de Angola, dando início ao seu relacionamento com o presidente José Eduardo dos Santos, que ainda hoje está no comando do país africano. No Panamá, ganhou US$ 8,5 bilhões em contratos públicos ao longo da última década. E, em Cuba, está à frente do polêmico Porto de Mariel.
A empreiteira certamente não teria alcançado tamanho destaque não fosse o empurrãozinho do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Entre 2007 e o início de 2015, o banco de fomento destinou à Odebrecht cerca de 70% de todo recurso destinado a obras de empresas brasileiras no exterior. Dos R$ 12 bilhões emprestados pelo banco com essa finalidade, R$ 8,2 bilhões foram para o grupo.
Embora, historicamente, a empresa fundada por Norberto Odebrecht estivesse sempre muito próxima do poder, foi no governo petista que o grupo deu um de seus maiores saltos.
Além de engenharia e construção, a empresa atua em outros dez negócios, entre eles saneamento, logística e exploração de petróleo.
Com uma dívida que beira os R$ 100 bilhões, crédito mais restrito e estando no alvo da Operação Lava-Jato, a Odebrecht foi obrigada nos últimos meses a se desfazer de alguns ativos.
No fim do ano passado, a empresa de transportes do grupo vendeu por R$ 170 milhões para o Itaú sua fatia na ConectCar, que atua no pagamento eletrônico de pedágio. Assim como outras construtoras envolvidas na investigação da Polícia Federal, a estratégia do conglomerado é encolher para sobreviver. .