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Estado de Minas

Promotores investigam lavagem de dinheiro na compra de unidades Bancoop

Ministério Público Federal de São Paulo abriu procedimento criminal contra aliados do ex-presidente Lula, além de integrante do PT e da CUT


postado em 23/03/2016 11:01 / atualizado em 23/03/2016 11:42

São Paulo - Os promotores do Ministério Público de São Paulo que, no início de março, pediram à Justiça a prisão preventiva do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva abriram procedimento criminal complementar para investigar suposta lavagem de dinheiro na compra de apartamentos da Cooperativa Habitacional dos Bancários (Bancoop). São citados antigos aliados do ex-presidente e quadros do PT e da CUT.

Em documento anexado à nova investigação dos algozes de Lula são mencionados o presidente da Central Única dos Trabalhadores, Wagner Freitas, a amiga de Lula Rosemary Noronha, sua filha, Mirele Nóvoa de Noronha Oshiro, o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto e o ex-segurança de Lula Freud Godoy, entre outros.

A Bancoop foi criada nos anos 1990 por um núcleo do Partido dos Trabalhadores, agremiação que está sob fogo cerrado da força tarefa da Operação Lava Jato por suspeita de ter sido favorecido no esquema de propinas que se instalou na Petrobrás entre 2004 e 2014.

Na primeira etapa dos trabalhos, os promotores do Ministério Público de São Paulo denunciaram criminalmente 16 investigados, entre eles o ex-presidente Lula, sua mulher, Marisa Letícia, o filho mais velho do casal, Fábio Luís Lula da Silva, o Lulinha, o empreiteiro Léo Pinheiro, da OAS, e o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto.

Os promotores Cássio Conserino, José Carlos Blat e Fernando Henrique de Moraes Araújo acusam Lula por lavagem de dinheiro e falsidade ideológica. Sob alegação de que o ex-presidente (2003/2010) promoveu 'ataques ao sistema de Justiça' e teria tentado obstruir a ação dos órgãos de fiscalização, requereram sua prisão preventiva - a 4.ª Vara Criminal da Capital mandou o procedimento para as mãos do juiz federal Sérgio Moro, da Lava Jato.

Nesta segunda etapa da investigação, aberta no dia 18 de março, os promotores miram em 'possíveis irregularidades envolvendo condomínio de construção e ligação com a OAS no residencial Jardim Anália Franco, entre outros'. Eles apuram 'possibilidade de lavagem de dinheiro na modalidade dissimulação da origem do dinheiro para aquisição de bem imóvel ou, então, para alguns na modalidade ocultação de bem imóvel, ou, ainda, como fruto de possível produto de estelionato envolvendo pessoas e movimentos ligados ao Partido dos Trabalhadores.

Os promotores juntaram ao novo procedimento o relato de Sandra Aparecida Gomes. Ela disse que em um hotel na Alameda Santos o PT ocupa um flat com estrutura de escritório. Sandra afirmou que numa reunião com Vaccari Neto, então na presidência da Bancoop (2005/2010) ficou sabendo que a cooperativa 'quebraria', mas seriam salvas algumas torres e que o tríplex (referência ao imóvel no Condomínio Solaris, no Guarujá, que seria de Lula) 'iria efetivamente para o chefe e também para a OAS Empreendimentos'.

Por meio de sua assessoria de imprensa, Vagner Freitas informou que 'pagou pelo apartamento, tem a escritura e vai levá-la ao Ministério Público'.


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