O primeiro texto foi remetido por volta do meio-dia, solicitando que cada posto diplomático no exterior designasse um servidor para dar suporte ao diálogo entre Itamaraty e sociedade civil.
O segundo, enviado às 16h, trazia uma nota assinada pela Associação Brasileira de Organizações Não-Governamentais (Abong), que manifestou "profunda preocupação" com a crise política no Brasil e defendeu a luta pela democracia. "Não ao Golpe! Nossa luta continua!", finaliza o texto.
A ordem foi abortada pelo Itamaraty com um outro comunicado, em que o secretário-geral do Itamaraty, Sérgio Danese, pediu que os telegramas anteriores fossem desconsiderados.
Mesmo depois desse aviso, outra circular foi enviada, reproduzindo uma carta aos movimentos sociais da América Latina. "Denunciamos o processo reacionário que está em curso no país contra o Estado Democrático de Direito", diz o texto, que também foi anulado.
Diplomatas dizem que os telegramas tinham a intenção de sensibilizar a sociedade civil de todo o mundo quanto a uma "ameaça à democracia".
A atitude de Rondó - que, segundo fontes, seria conhecido por defender o governo da presidente Dilma Rousseff - gerou mal-estar dentro do Ministério. O Itamaraty afirmou que o ministro, que atua no setor de combate à fome, foi "admoestado"..