Rio de Janeiro – Em editorial já disponível na internet e intitulado “Time to go” (Hora de ir), a revista britânica The Economist pede a saída de Dilma Rousseff da Presidência da República. Segundo a publicação, Dilma deve renunciar ao cargo após nomear o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para a Casa Civil, no que “parece ser uma tentativa grosseira de impedir o curso da Justiça”. A revista diz que a saída de Dilma abriria um novo começo no país. “Esta publicação tem argumentado há bastante tempo que o sistema judicial ou os eleitores, e não políticos com interesses próprios, devem decidir o destino da presidente. Mas a nomeação de Lula por Dilma parece ser uma tentativa grosseira de impedir o curso da Justiça. Mesmo que não tenha sido essa sua intenção, esse seria seu efeito”, diz parte do texto.
A publicação, por outro lado, argumenta que continua acreditando que, na ausência de provas de crimes, o impeachment de Dilma é injustificável. A The Economist afirma que a tentativa de usar as chamadas pedalas fiscais para justificar o impeachment é um pretexto para retirar do posto uma “presidente impopular”. Além disso, a ideia de que o Congresso vai ouvir as ruas abriria um precedente preocupante, já que, segundo a revista, “uma democracia representativa não deveria ser governada por protestos e sondagens de opinião”.