Curitiba- A Polícia Federal (PF) indiciou o marqueteiro João Santana, a mulher dele, Mônica Moura, e outras seis pessoas na Operação Lava-Jato.
O casal Santana é acusado de receber R$ 21,5 milhões da Odebrecht depois das eleições de 2014 e de ter ganho US$ 7,5 milhões no exterior - os valores saíram da empreiteira e de um operador de propinas que atuava para conseguir contratos com a Petrobras. Os investigados estão no inquérito da 23ª fase da Operação Lava-Jato, denominada “Acarajé”.
Entre 30 de outubro de 2014 e 22 de maio de 2015, o casal Santana é acusado de receber R$ 21,5 milhões da Odebrecht por meio de repasses feitos dentro do Brasil. Os valores aparecem em planilhas apreendidas com a ex-secretária da Odebrecht Maria Lúcia Tavares, em que o casal Santana é apelidado de “Feira”.
O casal recebeu mais US$ 4,5 milhões no exterior entre 2012 e 2014. O dinheiro foi depositado na mesma Shellbill pela Deep Sea Oil, empresa de Swi Skornicki, apontado como operador de pagamento de propinas para funcionários da Petrobras em nome do estaleiro Keppel Fels, dono de contratos milionários com a estatal. Em depoimento aos policiais, João e Mônica negaram os crimes. A defesa do publicitário alega que tanto os valores recebidos da Odebrecht, quanto aqueles doados por Skornicki são oriundos de campanhas eleitorais realizadas no exterior - Santana trabalhou em Angola, Venezuela e República Dominicana. Em seu relatório, o delegado Márcio Anselmo afirma que “não foi apresentado qualquer indício que corrobore tal afirmação.”
CONTA A PF também descobriu que, em 22 de fevereiro, dia em que foi deflagrada a Operação Acarajé, 23ª fase da Lava-Jato,
Santana excluiu sua conta no Dropbox, aplicativo para armazenamento de documentos na internet. Para a PF, isso foi uma “clara tentativa de eliminar eventuais elementos probatórios relevantes que ali pudessem ser encontrados”.
Também foram indiciados nesta terça-feira o operador Swi Skornicki, seu filho Bruno e sua mulher, Eloisa, que trabalhavam com ele. A investigação mostrou que, além de pagar dinheiro no exterior para o casal Santana, Skornicki repassou propina para três ex-diretores da Petrobras. Ele representava a empresa Keppel Fels, que participou da construção de seis plataformas de petróleo para a estatal.
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