Presidente da OAB nega racha na instituição por causa de impeachment

Cláudio Lamachia protocola, nesta segunda-feira, pedido de afastamento de Dilma Rousseff. Documento foi aprovado por 26 das 27 seccionais da OAB

Isabella Souto

O Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) protocolará na Câmara dos Deputados, nesta segunda-feira, às 16h30, um novo pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT).

Diferentemente do processo que já está em tramitação na Casa – e que trata apenas das chamadas pedaladas fiscais cometidas pelo governo –, a entidade incluiu denúncias de crime de responsabilidade e a delação premiada do ex-líder do governo no Senado, Delcídio do Amaral (sem partido-MS).

Em entrevista agora há pouco na sede da OAB, o presidente Cláudio Lamachia rebateu críticas à postura adotada pela entidade. Segundo ele, os presidentes da 27 seccionais da OAB fizeram um exame detalhado do assunto e promoveram um debate que durou mais de 10 horas. Ao final da votação, 26 seccionais aprovaram o pedido de impeachment. “Não tem como não dar cumprimento a uma decisão dessa”, afirmou Lamachia.


Um grupo de advogados contra o impeachment fez um documento contrário ao impeachment em que alega que a posição assumida pela entidade não representa a categoria. Em nota, os advogados contrários à medida afirmam que a proposta é "um erro brutal".

Segundo o presidente da OAB, são quase 1 milhão de advogados inscritos em todo o país, e é pequeno o número de profissionais que vem se manifestando contra a decisão da OAB. “Temos estados com mais de 100 mil inscritos e 30 advogados foram para a frente da sede protestar. Não dá para dizer que há um racha na entidade”, disse.

Cláudio Lamachia argumentou ainda que “questões políticas, partidárias e ideológicas não nos pertence”.

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