O acordo, negociado com a Procuradoria-Geral da República (PGR), terá ainda de ser homologado pelo ministro Herman Benjamin, do Superior Tribunal de Justiça (STJ). A empresária vinha resistindo, mas decidiu falar com o avanço das investigações da Acrônimo e a citação de sua empresa em inquérito da Lava-Jato. O acerto para colaborar com a PGR foi noticiado pelas revistas Veja e Época nesse sábado e confirmado pelo jornal O Estado de S.Paulo com pessoas próximas à empresária.
Daniele deve confirmar o recebimento, de forma irregular, de recursos da campanha presidencial de 2010. A Pepper era responsável pela propaganda de Dilma na internet naquele ano. Conforme delatores da Lava-Jato, a Andrade Gutierrez pagou R$ 6,5 milhões à agência, dinheiro que teria servido para bancar serviços prestados à coligação da então candidata.
O jornal O Estado de S.Paulo apurou que a colaboração envolve também detalhes sobre o relacionamento da Pepper com Pimentel, a mulher dele, Carolina Oliveira, e o empresário Benedito Rodrigues, o Bené, apontado como operador do petista em esquemas ilícitos. A primeira dama de Minas é suspeita de ser sócia oculta da agência. O governador é investigado por, supostamente, receber vantagens indevidas de empresas que tinham relacionamento comercial com o Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), instituição subordinada ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, que ele comandou de 2011 a 2014.
A Acrônimo também apura o uso irregular de recursos em campanhas do PT.
Procurada, a defesa de Daniele não quis comentar.
O Estado de Minas também entrou em contato com a assessoria do governo do estado que disse que "não há motivos para comentar". .