Brasília - Em meio a um tumulto generalizado na Câmara dos Deputados, o presidente nacional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Claudio Lamachia, protocolou na tarde desta segunda-feira um novo pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff.
Manifestantes contrários e favoráveis ao impeachment trocaram provocações e xingamentos no Salão Verde da Câmara. Do lado de fora, houve agressões. Lamachia e outros integrantes da OAB precisaram ser escoltados pela Polícia Legislativa. Pessoas que defendiam o impeachment e membros da Ordem fizeram um cordão de isolamento em torno dos autores do requerimento.
"Não é mais possível que o Brasil conviva com este tipo de manifestação. A OAB não se manifesta de acordo com as paixões políticas e partidárias. A OAB se manifesta de forma técnica e é isso que foi feito aqui hoje", afirmou Lamachia, que foi carregado nos braços por advogados ao deixar a Câmara.
O presidente da OAB disse que não entregou o pedido ao presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), por entender que ele precisa ser afastado. Cunha é réu na Lava-Jato e, segundo Lamachia, a Ordem entende que ele não tem mais legitimidade para se manter no cargo. "Não encontrei o presidente Cunha. Tenho uma posição, que é da instituição Ordem dos Advogados do Brasil, no que diz respeito à legitimidade do presidente da Câmara dos Deputados. Entendemos que o presidente da Câmara dos Deputados tem que se afastar da Câmara e, por não reconhecer a legitimidade dele, entregamos esta peça (o requerimento) no protocolo", afirmou.
Na saída do Congresso, o estudante Rodrigo Almeida, de 22 anos, discutiu com um advogado que não foi identificado. Os dois se empurraram e Rodrigo deu um chute nas costas do advogado. O grupo que estava com o advogado partiu para cima de Rodrigo, e deram chutes na cabeça do estudante. A polícia não interveio e a briga foi apartada pelos próprios manifestantes. Não há informações sobre o estado de saúde dos envolvidos no confronto.
Crítica
O ex-presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), secção Rio de Janeiro, deputado Wadih Damous (PT-RJ), criticou nesta segunda-feira o protocolo de novo pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff e o que considerou como manifestação política da entidade, nesta tarde, no Salão Verde da Câmara.
"O que se viu em nome da OAB foi um ato partidário", condenou. Para o parlamentar, a entidade entrou num "jogo político" e, ao assinar um novo pedido de impeachment de Dilma, põe em risco seu prestígio.