PMDB rompe com o governo

Reunião do partido durou menos de quatro minutos

Paula Carolina Agência Brasil
- Foto: Minervino Júnior/CB/D.A Press

Em menos de 4 minutos, o PMDB decide pelo rompimento com o governo da presidente Dilma. Com isso, PMDB rompe com a aliança que existia desde 2004.

A reunião foi aberta pelo senador Romero Jucá, que iniciou colocando que "a reunião requer a saída do partido do governo com a entrega de todos os cargos". Em seguida, deu início à votação, que seria por aclamação, quando imediatamente todos se levantaram, enguendo as mãos.

Jucá enfatizou se tratar de uma reunião histórica para o PMDB e reforçou que, a partir deste momento, "ninguém está autorizado a exercer qualquer cargo federal em nome do PMDB. A decisão está tomada".

Com o rompimento aprovado, a reunião foi encerrda com os dizeres: "Viva o Brasil".

No encontro estavam presentes vários caciques do partido, incluindo o presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que acatou o pedido de impeachment contra Dilma, avaliado por uma comissão de parlamentares.
O vice-presidente Michel Temer (PMDB) e o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), não participaram da reunião.

Mais de 100, dos 127 integrantes do diretório, compareceram à reunião. A resolução aprovada estabelece a “imediata saída do PMDB do governo, com a entrega dos cargos em todas as esferas do Poder Executivo Federal”. Quem contrariar a decisão, ficará sujeito à instauração de processo no Conselho de Ética do partido.

Embora a decisão seja de abandonar imediatamente os cargos ocupados pelos peemedebistas no governo, a cúpula partidária acenou em avaliar cada caso e até permitir uma saída gradual. “A partir de agora, o PMDB não autoriza ninguém a exercer, em nome do partido, nenhum cargo federal. Se, individualmente, alguém quiser tomar uma posição vai ter que avaliar o tipo de consequência, o tipo de postura para a sociedade”, disse Jucá. “Para bom entendedor meia palavra já basta, aqui nós demos hoje uma palavra inteira”.

Líderes do partido acenam como data limite para a entrega dos cargos o dia 12 de abril. “Existe uma discussão sobre dar um prazo, acho até que é uma coisa razoável, ministro não pode sair batendo portas deixando assuntos importantes do ponto de vista do interesse público nacional por resolver”, disse o presidente da Fundação Ulisses Guimarães, Moreira Franco.

Mesmo com o rompimento, os líderes do PMDB disseram que o partido não será oposição, mas que vai adotar uma postura de independência. “Nós seremos independentes. O que for de interesse do governo e importante para o Brasil nós iremos votar. Se for algo que nós não concordemos, nós diremos claramente, não teremos mais atrelamento à base do governo”, disse Jucá.

A crise econômica foi apontada como maior justificativa para o afastamento do governo. Apesar de ainda permanecer com a vice-presidência e de comandar até o início da semana sete ministérios, o PMDB culpou o PT pela recessão enfrentada no país. “Estamos indo para o terceiro ano de recessão e os milhões de brasileiros que conquistaram posições sociais estão perdendo essas posições e o governo não apresenta uma alternativa”, justificou Franco.

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