Segundo parlamentares da sigla, Nogueira adiantou que o encontro nacional do PP só deve ocorrer depois da votação do parecer da comissão especial do impeachment, prevista para meados de abril. O objetivo é chegar a um consenso pouco antes da análise do pedido de afastamento de Dilma no plenário da Câmara, que também deve acontecer no próximo mês. Atualmente, o partido está dividido entre a ala pró-governo e a de oposição.
"A reunião desta quarta é decisiva. Não nos interessa uma convenção para uma briga interna. Nós queremos a unidade partidária para uma posição em bloco pela saída do governo e favorável ao impeachment", destacou Jerônimo Goergen (PP-RS), um dos principais nomes da oposição no partido. Apesar da defesa de Goergen por uma decisão unânime, alguns membros acreditam que Ciro optará "no máximo" pela liberação dos votos.
Entre as preocupações do PP, estaria a vinculação do afastamento do governo com a decisão do PMDB, que oficializou nesta terça o desembarque. Outro motivo de cautela seria a incerteza de um possível mandato de Michel Temer na presidência, que também é alvo de investigações e não possui grande aprovação popular. Além disso, uma parcela da legenda acredita que este seria um bom momento para negociar novos cargos no Executivo.
Na semana passada, parlamentares do PP pró-impeachment entregaram ao presidente do partido uma lista com assinaturas de 22 deputados e de quatro senadores, pedindo a antecipação da convenção nacional da legenda, para discutir a saída do governo. Este é o principal motivo da reunião desta quarta-feira, que deve apaziguar os ânimos.