São Paulo - O perfil oficial do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Facebook e as páginas do PT na internet se mobilizam para chamar para os atos previstos para esta quinta-feira, no que os movimentos batizaram de "Dia Nacional de Luta pela Democracia e Contra o Golpe". Parte dos movimentos também usa o termo "Jornada Nacional pela Democracia". Só nesta quarta-feira, a página do Lula na rede social tem quatro postagens chamando para as manifestações, com a hashtag #GolpeNuncaMais.
Em uma das postagens, o perfil do ex-presidente lembra o 30 de março de 1964 - os atos foram marcados para esta quinta-feira em função do aniversário do golpe militar. "30 de março de 1964: tempos sombrios se aproximavam do Brasil", diz o post, com link para uma página do Memorial da Democracia - ligado ao Instituto Lula. A página do memorial traz informações do último discurso de João Goulart como presidente, em que Jango falava do "clima de intrigas e envenenamento" contra seu governo.
O perfil de Lula também postou vídeos de personalidades chamando para os atos deste dia 31. "Impeachment sem crime de responsabilidade é golpe de Estado, nós todos sabemos disso. Temos que impedir essa violência contra a democracia", diz Fernando Pimentel (PT), governador de Minas, em um dos vídeos postados por Lula. O vídeo contava, até as 16h, mais de 1,7 mil curtidas e 400 compartilhamentos.
O PT criou um logo para as redes: "31 de março, dia de defender a democracia.
O ex-presidente Lula deve participar do ato em Brasília, segundo informou a Central Única dos Trabalhadores (CUT), ao lado do presidente da central, Vagner Freitas. Na capital federal, está prevista uma passeata do estádio Mané Garrincha até a Esplanada dos Ministérios, com concentração a partir das 14 horas. A assessoria de Lula ainda não confirma a participação dele.
Em São Paulo, a principal mobilização será na Praça da Sé, na região central, a partir das 16h. No Rio de Janeiro, a manifestação está marcada também para as 16h no Largo da Carioca.
Apesar de ter a bandeira contra o impeachment de Dilma como principal, as manifestações desta quinta-feira reúnem grupos mais e menos próximos do PT e do governo. Estarão unidas nas ruas duas frentes: Frente Brasil Popular e Frente Povo Sem Medo. A primeira tem a CUT, mais alinhada ao governo, a segunda tem entre seus integrantes o Movimento dos Trabalhadores Sem Teto, comandada por Guilherme Boulos, e de postura mais refratária à gestão petista.
Além da "defesa da democracia", os movimentos prometem levar outros dois "eixos" de reivindicação às ruas. Um é contra o ajuste fiscal e outro focado apenas em críticas à reforma previdenciária..