"A decisão da bancada, que está hoje dividida pelo processo, e da Executiva foi tomar uma decisão partidária apenas após a conclusão do trabalho na comissão, a apresentação do relatório. Um partido que tem aliança há 14 anos, desde o primeiro mandato do governo Lula, tome qualquer posição antes de ao menos ouvir a defesa da presidente da República, que nem chegou à Casa ainda", afirmou o líder do PR na Câmara, Maurício Quintella Lessa (AL).
O líder disse que a bancada do partido, com 40 deputados, está dividida e que ainda há muitos indecisos. Segundo o parlamentar, ainda não se sabe se a legenda fechará questão em torno da decisão majoritária que será tomada.
Quintella disse que a legenda tem conversado com o governo, mas negou oferta de cargos. "O PR já faz parte do governo. As conversas com o governo têm sido no sentido de tentar convencer, claro, o partido a permanecer na base, o que é natural", afirmou.
Ao reforçar a negativa de que esteja negociando com o governo, admitiu que interlocutores do vice-presidente Michel Temer estão abordando legendas para compor um eventual futuro governo. "Não acho que seja o momento adequado para tratar de cargo, principalmente pelo momento que a gente passa. Nem agora nem em relação a um futuro governo que se acredita que pode acontecer.
Segundo ele, emissários de Temer "têm conversado com os demais partidos, aqueles que são oposição na Casa e formariam sua base de apoio".
Reação
O líder do PT na Câmara, Afonso Florence (BA), minimizou o movimento dos partidos que tentam postergar a decisão de permanecer ou não no governo da presidente Dilma Rousseff. "A mim não parece chantagem. Dizer que é chantagem é fazer desqualificação. Caracterizo como parte do processo político", afirmou.
Para Florence, é natural a distribuição de cargos entre as várias legendas que o governo tem conduzido, pois, "governar no Brasil, no presidencialismo de coalizão", segundo ele, "significa compor com partidos".
Questionado sobre se o PT estaria disposto a ceder espaço para contemplar outras legendas e recompor a base aliada, ele afirmou que sim. "O PT estará sempre incondicionalmente disposto às decisões que convenham ao Brasil. A presidenta não precisa só recompor a base, precisa recompor o governo para continuar a governar", disse Florence.
O jornal O Estado de S.Paulo mostrou nesta quarta, 30, que o governo está oferecendo ao PP, além da manutenção do Ministério da Integração Nacional, outros dois novos ministérios e a presidência da Caixa Econômica Federal, hoje sob o comando do PT..