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Estado de Minas

Valério citou, em 2012, alvos da Carbono em trama sobre morte de Celso Daniel

O empresário Ronan Maria Pinto foi preso nesta sexta-feira e é um dos personagens do caso Celso Daniel, executado em janeiro de 2002


postado em 01/04/2016 10:13 / atualizado em 01/04/2016 10:24

Condenado a mais de 37 anos no processo do mensalão, Marcos Valério (foto) afirmou ao Ministério Público Federal que o PT teria pedido a ele R$ 6 milhões para que Ronan Maria Pinto, preso na Lava-Jato, nesta sexta-feira, parasse de chantagear o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o então secretário da Presidência Gilberto Carvalho e o ex-ministro José Dirceu(foto: Euler Júnior/EM/D.A Press - 29/05/14)
Condenado a mais de 37 anos no processo do mensalão, Marcos Valério (foto) afirmou ao Ministério Público Federal que o PT teria pedido a ele R$ 6 milhões para que Ronan Maria Pinto, preso na Lava-Jato, nesta sexta-feira, parasse de chantagear o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o então secretário da Presidência Gilberto Carvalho e o ex-ministro José Dirceu (foto: Euler Júnior/EM/D.A Press - 29/05/14)

São Paulo - O empresário Ronan Maria Pinto, de Santo André (SP), preso na Operação Carbono 14 nesta sexta-feira é um dos personagens do Caso Celso Daniel - prefeito da cidade do ABC paulista executado em janeiro de 2002. Conforme o jornal O Estado de S. Paulo revelou em 2012, o operador do mensalão, Marcos Valério, afirmou em depoimento ao Ministério Público Federal que o PT teria pedido a ele R$ 6 milhões para que Ronan Maria Pinto parasse de chantagear o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o então secretário da Presidência Gilberto Carvalho e o ex-ministro José Dirceu.

Este valor, segundo investigação da força-tarefa da Operação Lava Jato, teria saído de um montante de R$ 12 milhões que o pecuarista José Carlos Bumlai, amigo do ex-presidente Lula, havia contraído em um empréstimo junto ao Banco Schahin em outubro de 2004.

Segundo a Procuradoria da República, há evidências que apontam que o PT influiu diretamente junto ao Banco Schahin na liberação do empréstimo fraudulento.

Para chegar ao destinatário final Ronan Maria Pinto, os investigados teriam se utilizado de diversos estratagemas para ocultar a proveniência ilícita dos valores e a identidade do destinatário final do dinheiro obtido na instituição financeira.

Os investigadores da Lava-Jato afirmam a operacionalização do esquema se deu, inicialmente, por intermédio da transferência dos valores de Bumlai para o Frigorifico Bertin, que, por sua vez, repassou a quantia de aproximadamente R$ 6 milhões a um empresário do Rio de Janeiro.

"Há evidências de que este empresário carioca realizou transferências diretas para a Expresso Nova Santo André, empresa de ônibus controlada por Ronan Maria Pinto, além de outras pessoas físicas e jurídicas indicadas pelo empresário para recebimento de valores. Dentre as pessoas indicadas para recebimento dos valores por Ronan, estava o então acionista controlador do Jornal Diário do Grande ABC, que recebeu R$ 210 mil em 9 de novembro de 2004", diz o MP.

"Na época, o controle acionário do periódico estava sendo vendido a Ronan Maria Pinto em parcelas de R$ 210 mil. Suspeita-se que uma parte das ações foi adquirida com o dinheiro proveniente do Banco Schahin. Uma das estratégias usadas para conferir aparência legítima às transferências espúrias dos valores foi a realização de um contrato de mútuo simulado, o qual havia sido apreendido em fase anterior da Operação Lava Jato", sustenta a Procuradoria.

No texto divulgado pelo MPF sobre a operação Carbono 14, não há menção sobre o caso Celso Daniel. Os investigadores falarão sobre a ação de hoje a partir das 10h desta sexta, quando devem dar mais detalhes.

Corrupção


Após a morte de Celso Daniel, a polícia concluiu que o petista foi vítima de "criminosos comuns", mas o Ministério Público sustenta que ele foi eliminado a mando do empresário Sérgio Gomes da Silva, o Sombra, porque decidiu dar um basta em amplo esquema de corrupção em sua administração depois que constatou que o dinheiro desviado não abastecia exclusivamente o caixa 2 do PT, mas estava sendo usado para enriquecimento de algumas pessoas.

Defesa


Em nota, o empresário Ronan Maria Pinto disse que "conforme já declarou em oportunidade anterior, jamais se encontrou em qualquer circunstância com o sr. Valério, a quem não conhece pessoalmente - só pelo noticiário".

Ele disse que "não conhece o sr. José Bumlai, de quem nunca sequer tinha ouvido falar". "Tratam-se de novas partes da velha falácia com que buscam envolver seu nome em assuntos com os quais nada tem a ver", diz a nota.


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