Edinho Silva é ameaçado de morte e pede ajuda do Ministério da Justiça

"Não ande tranquilo, já tem gente na sua cola", ameaçou um internauta na página oficial do petista no Facebook

Correio Braziliense
Ameaça acontece um dia depois de o ministro pedir diálogo e tolerância - Foto: Breno Fortes/CB/D.A Press

O ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social, Edinho Silva (PT), foi ameaçado de morte em sua página oficial no Facebook. As ameaças foram publicadas nesta sexta-feira, um dia após o petista ter feito um pedido para que houvesse diálogo e tolerância entre os grupos contrários e favoráveis à presidente Dilma Rousseff. “Nós vamos baixar o tom ou vamos esperar o primeiro cadáver?”, indagou o ministro nessa quinta.

Inconformado com a declaração de Edinho, um usuário aproveitou uma postagem do petista para comentar “olha Edinho Silva f**** da p*** quem vai morrer é vc e os petistas ”. Um outro internauta tentou acalmar o agressor, dizendo “somos um país democrático”. Mesmo assim, ele seguiu com as ofensas. “Democrático o c******. Vocês vão ver a democracia que vcs conhecem. Bala.
Morrendo uns 50 petistas e comunistas o resto foge com o rabo no meio das pernas bem o perfil de covardes”, afirmou. “Não ande tão tranquilo, já tem gente na sua cola comunista f**** da p***”, completou.

Em seu perfil, o autor das ameaças costuma compartilhar várias publicações contrárias à presidente Dilma. Na hora de se descrever, porém, ele usa uma mensagem religiosa: “confia ao Senhor tuas obras e ele concederá o que deseja seu coração”.

O ministro respondeu às ameaças por meio de uma nota oficial. No documento, Edinho afirma já ter acionado o Ministério da Justiça e diz que as mensagens não o farão mudar suas convicções. Confira a nota na íntegra:

Hoje fui ameaçado de morte por um senhor que diverge dos meus posicionamentos na imprensa, quando alerto para os riscos que corremos enquanto sociedade com agravamento da intolerância. A ameaça foi feita na minha página no Facebook.

Informei oficialmente o Ministério da Justiça, por intermédio do ministro Eugenio Aragão, sobre o ocorrido. As medidas cabíveis serão tomadas.

De minha parte, esse tipo de ameaça não me fará mudar minhas convicções. Continuarei defendendo a democracia, a legalidade, o respeito à Constituição Federal. E vou estar, em todos os espaços possíveis, defendendo que a única saída para a crise política que estamos enfrentando está no diálogo e na construção de uma agenda de unidade nacional, que seja maior que as divergências políticas e nos coloque novamente no caminho da retomada do crescimento econômico e do fortalecimento institucional. A democracia não admite atalhos, nem intolerância.

Abaixo, a nota que divulguei para a imprensa.

‘A ameaça a mim dirigida é mais uma demonstração da avalanche intolerante que tomou conta do Brasil. Pessoas falam em matar como se fosse um ato simples, sem significado. A partir deste episódio, enfatizo a necessidade de fortalecermos o diálogo como instrumento de superação da crise política, para vencermos a intolerância e unificarmos o país, respeitando a nossa diversidade política, religiosa, de opções cidadãs, de raças, gêneros e culturais’”.

Teori Zavascki
Nessa quarta-feira, a Polícia Federal disse ter identificado os autores das mensagens ofensivas direcionadas ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Teori Zavascki. As ofensas foram publicadas nas redes sociais e enviadas por email na terça-feira, após o magistrado ter determinado que o juiz federal Sérgio Moro enviasse ao STF as investigações da Operação Lava-Jato que envolvessem o nome do ex-presidente Lula..