O deputado Rubens Bueno (PR), líder do PPS na Câmara, chamou a defesa apresentada por Cardozo de “conversa para boi dormir”. “Avalio que o ministro da AGU está fazendo aquela conversa para boi dormir, sem conteúdo”, disse. “A questão das fraudes fiscais é tão grave que levou o país a ter déficits astronômicos. (…) Não fala de Pasadena, não fala da presença da presidente Dilma em vários momentos que comandava e também autorizava dentro do seu processo de gestão pública aquilo que era criminoso, que era ilegal”, afirmou Bueno.
Já o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), afirmou que Cardozo, exerce a defesa da presidente Dilma de forma “indigna”. “O ministro José Eduardo Cardozo, obviamente, além de tudo, está faltando com a verdade, e exercendo de forma indigna essa defesa. Eu vi algumas frases que ele colocou. (...) Ele falta com a verdade para dizer que é nulo, que tem desvio de poder”, declarou Cunha.
Ao dizer que não vai “bater-boca” com o advogado-geral, o peemedebista declarou também que Cardozo “falta com a verdade em todos os sentidos” por buscar “polarizar” o debate e evitar a discussão “sobre o que ele tem que defender”. “Ele (Cardozo) tem que defender o processo, o conteúdo que lá está, para tentar mostrar que os fatos são ou não são verdadeiros (contra Dilma)”, acrescentou o deputado.
Próximos passos
O relator da comissão do impeachment, deputado Jovair Arantes (PTB-GO), já disse que vai adiantar a entrega do parecer, o que é aguardado para os próximos dois dias. Pelas regras, porém, ele tem cinco sessões a partir da entrega da defesa, o que levaria o prazo para o dia 11, se houver sessão plenária todos os dias. Com a antecipação, é provável que haja um pedido de vista após a leitura, que estabelece 48 horas para votação.
Dia 11
A comissão do impeachment vota o parecer. A previsão do presidente do colegiado, deputado Rogério Rosso (PSD-DF), é de que a sessão dure 23 horas.
Dia 12
A decisão da comissão é lida na sessão plenária seguinte à votação no colegiado.
Dia 13
O parecer da comissão é publicado no Diário Oficial da Câmara. Começa o prazo de 48 horas para levar o processo para o plenário.
Dia 15
O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), leva a plenário a votação. A previsão é de que a discussão demore três dias. A votação é nominal e são necessários dois terços – 342 votos – do total de 513 parlamentares para prosseguir com o processo de afastamento de Dilma. Caso a votação no plenário da Câmara se encerre no dia 18 e o resultado seja pelo impeachment, o processo segue para o Senado.